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RIO DE JANEIRO | Favelas no RJ totalizam mais mortes por coronavírus do que 15 estados brasileiros

Sofrendo com o descaso dos governos desde sempre, com constante falta de água e saneamento básico, em meio à pandemia isso só se cresce nas favelas: no RJ, as favelas contabilizam mais mortes pela Covid-19 do que 15 estados brasileiros.

quinta-feira 21 de maio de 2020 | Edição do dia

Atualmente o número de mortes pela Covid-19 nas favelas do Rio de Janeiro é de 174, totalizando mais óbitos pelo vírus do que 15 estados brasileiros, o que escancara a situação perigosa que vivem os moradores das favelas cariocas que sofrem com o coronavírus e também o descaso dos governos.

Desde o início sabia-se que quando o novo coronavírus chegasse nas favelas brasileiras, o perigo estaria instalado, potencializando o contágio e causando um número de mortes acelerado e maior. É o que vem se tornando realidade em diversas favelas do país. Considerando as favelas do Rio de Janeiro que já contabilizam 174 óbitos, é possível perceber o absurdo: levando em consideração a proporção de mortes para cada 100 mil habitantes, as favelas do RJ teriam 46,6. Hoje o estado com maior proporção de mortes por 100 mil habitantes é o Amazonas, com 36.

O número de óbitos é levantado pelo órgão Voz das Comunidades, independente do governo, visto que as instituições governamentais não realizam essa pesquisa, carecendo de dados referente às favelas.

Sabemos que as favelas são as áreas da cidade que mais sofrem com falta de saneamento básico, sendo submetidas a condições precárias de vida, sem tratamento de esgoto. A recorrente falta de água, medida de prevenção mínima para evitar a propagação do coronavírus, deixa bem claro o descaso dos governos que por sua vez, garantem repressão policial nas favelas, matando jovens como João Pedro de 14 anos, morto por um tiro de fuzil nesta segunda-feira, 18, enquanto brincava com dois primos dentro de casa no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, RJ.

Ao redor do país vemos moradores das favelas realizando iniciativas de organização, garantindo produção de máscaras, distribuição de cestas básicas e demais métodos preventivos e de conscientização para a população. Essas iniciativas são importantíssimas e servem de exemplo, mas o monitoramento e acolhimento dos casos suspeitos não deveriam ser responsabilidade de um voluntário sem treinamento, e sim do Estado. Essa pandemia escancara como a vida dos pobres não valem nada para os governantes e capitalistas que colocam como prioridade seus lucros. É imprescindível que hajam testes massivos para a população e que as políticas contra o coronavírus cheguem nas favelas.




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