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Argentina | Ex-candidato presidencial peronista e embaixador no Brasil vira novo funcionário de Milei

Candidato de Cristina Kirchner contra Macri em 2015, embaixador de Massa no Brasil, mantido no cargo por Milei e agora promovido a secretário de Turismo do novo governo argentino: Scioli é mais uma prova de que a colaboração de classes abre espaço e fortalece a extrema direita.

quarta-feira 31 de janeiro | Edição do dia
Na foto: Scioli, Milei e Guillermo Francos

Mais um peronista do governo Massa se junta ao governo ultraneoliberal de extrema direita de Milei: Daniel Scioli vai deixar o cargo de embaixador no Brasil e assumir o cargo de Secretário do Turismo na Argentina. Se soma a Marco Lavagna (do Indec, o IBGE argentino), Flavia Royón (que assumiu Minas), Guillermo Michel (Aduanas) e outros quadros políticos ligados ao antigo governo peronista e agora herdados por Milei para seguir e aprofundar com o saque dos recursos naturais e o ajuste fiscal sobre as massas trabalhadoras argentinas.

Scioli foi escolhido por Cristina Kirchner para ser o candidato presidencial de sua ala do peronismo em 2015, perdendo para Macri no segundo turno. Nas últimas eleições, perdeu nas primárias para a candidatura de Sérgio Massa. No governo Massa, assumiu a embaixada argentina no Brasil, seguindo no cargo nos primeiros meses de Milei. Agora, passa a integrar organicamente o Gabinete Nacional de Milei como secretário de Turismo, Esportes e Ambiente.

À revelia dos discursos da esquerda brasileira que defendeu Scioli em 2015 e Massa em 2023 - após um governo de submissão aos ditames do FMI e duros ataques às condições de vida da população - as movimentações políticas do peronismo e do kirchnerismo não apresentam nenhuma alternativa de combate à extrema direita. Pelo contrário, abriram espaço para a ascensão de Milei e agora fortalecem seu governo com seus próprios funcionários e no silenciamento sobre a paralisação nacional do último dia 24.

Diametralmente oposta à “oposição” colaboracionista estão os trabalhadores, aposentados, setores sociais mobilizados e a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FITU) e seus parlamentares revolucionários que participaram da Paralização Nacional do 24 e hoje novamente tomam as ruas na Argentina contra os ataques de Milei, como a Lei Omnibus e o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU). Diferentemente do kirchnerismo e peronismo, que buscam dialogar com o Governo Milei e depositar confiança na negociação ou nas próximas eleições, a Frente de Esquerda e seus deputados - além de estarem nas ruas e locais de trabalho junto àqueles que se mobilizam - utilizam as batalhas dentro do Congresso Nacional para fortalecer uma saída na luta de classes, único caminho para combater a extrema direita e os ataques dos capitalistas.




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