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FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL | Davos, o encontro do 1%

O Fórum Econômico Mundial de Davos ocorrerá entre 20 e 23 de janeiro. Contará com mais de 2500 participantes de 100 países: altos executivos de grandes empresas, líderes mundiais, intelectuais e jornalistas. A elite dominante mundial do 1%.

Josefina L. MartínezMadrid | @josefinamar14

quarta-feira 20 de janeiro de 2016 | 02:53

No meio dos Alpes suíços, em uma paisagem nevada super exclusiva a 1560 metros de altura, se realiza o encontro anual do Fórum Econômico Mundial de Davos.

Entre os 2500 participantes estarão 40 chefes de Estado e de governo. Neste ano, o tema principal é a "Quarta revolução industrial", ainda que na verdade outros temas econômicos e geopolíticos mundiais ocuparão o debate.

Chegar a Davos é difícil e custa caro. Além de pagar passagens aéreas que custam milhares de dólares, a viagem requer outros milhares, para a hospedagem e refeições em hotéis de luxo, o que eleva o custo da estadia por 5 dias facilmente até cerca de 40.000 dólares por pessoa.

Mas este custo não é nada para os participantes do Fórum Econômico Mundial (WEC na sigla em inglês) de Davos, uma organização financiada pelas maiores empresas multinacionais, consideradas "sócios estratégicos" de Davos.
Esta cidade preparada para o turismo de multimilionários estará vigiada por milhares de soldados das tropas suíças, para controlar e blindar o encontro dos "líderes mundiais".

A cada ano nesta localidade dos Alpes suíços se reúne a elite mundial, os integrantes do 1% mais rico do planeta, para debater sobre os grandes problemas econômicos e geopolíticos, e definir algumas linhas estratégicas.

A crise migratória e as tensões geopolíticas

No informe "Riscos Globais"publicado para preparar o encontro, a crise migratória é apontada como o "maior perigo individual em termos de probabilidades" para 2016.
Estamos diante da maior onda de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, o que gerou uma grande crise na Europa, provocando reações xenófobas e racistas, questionando o espaço Schengen. Mas Davos não trará nenhuma solução para as centenas de milhares de refugiados, mas discutirá somente como "manter a segurança" dos mais ricos.

Outros temas que ocuparão o debate são o conflito no Oriente Médio, a crise na Síria, a guerra contra o Estado Islâmico e outros conflitos geopolíticos que anunciam um 2016 de grande instabilidade e tensões políticas.

Sobre a economia, as perspectivas "deprimentes" para o mundo nos próximos anos (nas palavras da diretora do FMI, Christine Lagarde), a situação econômica da China, os preços do petróleo e os tremores financeiros, estarão presentes em todas as conversas e conferências durante o Fórum.

"Quase todos os riscos estão subindo nos últimos dois anos e mostram um ambiente geral de instabilidade", declarou o diretor de risco global da Marsh, John Drzik, que participou da elaboração do informe global.

Em Davos se encontrarão líderes de países com fortes tensões políticas, como Irã e Arábia Saudita, o vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, o secretário de Estado John Kerry, o de Defesa Ashton Carter, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro iraquiano Haidar Abadi, o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu e o presidente afegão Mohamed Ashraf Ghani, entre outros.

Da Europa, estarão presentes o primeiro-ministro francês Manuel Valls e o presidente alemão Joachim Gauck. A surpresa será a participação do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que em seu país aceitou implementar o terceiro memorando da Troika e em breve enfrentará a terceira greve geral em três meses.

O argentino Mauricio Macri estreia em Davos depois de vários anos de ausência do país, acompanhado por outros direitistas como o presidente do México , Enrique Peña Nieto e o da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Um encontro para defender os interesses do 1%

Atualmente, o 1% mais rico da população mundial possui mais riquezas que o 99% restante das pessoas do planeta. O dado está no informe a ONG Oxfam preparou para entregar ao Fórum Econômico Mundial de Davos.
Nos últimos anos têm ocorrido numerosos protestos contrários ao encontro de Davos em cidades alemãs e suíças.
Um encontro que desde sua fundação em 1971 (em 1987 adotou o nome de Fórum Econômico Mundial) se transformou em símbolo do establishment econômico e político mundial.




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