Marcelo Queiroga, ministro da saúde, quando em visita à Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, foi questionado se faria oposição ao PL 948/21 aprovado pela câmara dos deputados que autoriza a compra de vacinas pelo setor privado, respondeu que “Vivemos em um regime democrático. Lei é lei. Todos temos que nos submeter ao regime da lei”, buscando anuviar seu apoio ao projeto que na prática fura a fila da vacinação em nome dos interesses empresariais do lucro e da concorrência.
sexta-feira 9 de abril de 2021 | Edição do dia
Foto: Sérgio lima/Poder360
Na lei aprovada em março, a iniciativa privada só poderia adquirir vacinas caso todos os grupos prioritários fossem vacinados. O projeto de lei atual suspende esse critério dando imediato aval à compra de vacinas por empresários, seja individualmente ou por consórcio.
Queiroga, que em algumas ocasiões defendeu a comercialização das vacinas diretamente para o setor privado, é um defensor dos interesses do empresariado que hoje, em meio a pandemia, apostam que a posse do imunizante e a imunização
de seus funcionários e de todo corpo diretivo (e quiçá familiares e amigos, por que não?), pode mitigar os efeitos da covid para empresas como faltas e passivo trabalhistas decorrentes da contaminação e adoecimento de trabalhadores. os empresários apostam que quem sair na frente na corrida pela imunização está em condições mais vantajosas de concorrência no mercado.
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O Pl 948/21 também retira a obrigatoriedade de aprovação da vacina pela Anvisa, liberando a compra de qualquer imunizante que seja certificado por agências de outro países, contanto que seja reconhecida pela OMS.
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Com essa “furada de fila legalizada”, o governo e o ministro da saúde garantem o privilégio dos ricos e poderosos e o poder do dinheiro para colocar na frente a burguesia e seus pares na fila da vacinação e ao mesmo tempo fazerem demagogia com relação ao papel do setor privado no combate à pandemia.
O projeto ainda depende da aprovação do Senado federal.