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Plano de lutas já! | Unir trabalhadores e indígenas contra o Arcabouço Fiscal e o Marco Temporal

Ontem, a Câmara de Deputados aprovou o primeiro ataque neoliberal do governo Lula-Alckmin, e hoje o Senado votou favorável a um ataque histórico, articulado pelo STF, aos povos originários, o Marco Temporal. É urgente construir em cada local de trabalho e estudo, unificando trabalhadores, indígenas e juventude, um plano de lutas para derrotar esses ataques.

quarta-feira 23 de agosto de 2023 | Edição do dia

O que há de garantias desse governo é um cenário de não revogação da reforma trabalhista, da reforma da previdência, da lei da terceirização irrestrita e da reforma do ensino médio. É nesse cenário que foi aprovado na Câmara dos Deputados o Arcabouço Fiscal de Fernando Haddad, um novo teto de gastos, que tem como objetivo precarizar ainda mais a vida da população já que diminuirá os recursos para serviços básicos.

Confira o Editorial do MRT: Arcabouço fiscal é símbolo de como a conciliação é o que abre espaço para a extrema direita, o que falta é um plano de luta

Hoje, o Senado votou favorável ao reacionário Marco Temporal, um ataque histórico às terras indígenas, articulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para a alegria das elites econômicas e latifundiárias brasileiras, fazendo coro com Bolsonaro, que dizia que não haveria mais nenhum centímetro de terra demarcada aos indígenas.

Veja também: Abaixo o Marco Temporal! Senado avança com ataque histórico contra os povos indígenas

Tudo isso no contexto do brutal assassinato de Bernadete Pacífico, referência na luta pelos direitos dos quilombolas, que teve sua vida tirada em seu próprio terreiro, no estado da Bahia, que possui um dos maiores níveis de mortalidade policial do mundo e é governado pelo PT desde 2007.

Confira: Ocupar as ruas contra as chacinas, a violência policial e por justiça à Bernadete Pacífico!

É preciso um plano de lutas construído em cada local de trabalho e estudo, que seja capaz de unificar trabalhadores, juventude, negros e indígenas, contra o Arcabouço Fiscal e o Marco Temporal, assim como para arrancar a revogação das reformas e justiça por Bernadete Pacífico. Esse é o papel que deveria ter centrais sindicais como a CUT e a CTB, a União Nacional dos Estudantes (UNE), que, pelo contrário, estão paralisadas e em apoio ao governo.

A carta aprovada em Santo André no Encontro Regional na Subsede da APEOESP é um importante exemplo. O encontro reuniu dezenas de professores e a Oposição Combativa Unificada, encabeçada pela Coordenadora da Subsede Maíra Machado, ganhou por ampla maioria a eleição de delegados para o Congresso da APEOESP com propostas para a articulação de uma vanguarda com independência de classe, votando uma Carta de Santo André direcionada não somente ao Congresso, mas ao conjunto dos trabalhadores, exigindo um plano de luta imediato, chamando à unidade das categorias, a coordenar os trabalhadores para uma resposta da nossa classe.

Esse exemplo deve servir de inspiração para que a classe trabalhadora auto-organizada, aliada à juventude e setores oprimidos, supere as direções burocráticas e coloque de pé a bandeira contra esses ataques, mas também pelo não pagamento da dívida pública, porque os capitalistas utilizam esses ataques justamente para fazer que, com nossos recursos, com o rebaixamento dos nossos salários, com as produções de nossas terras a serviço do agronegócio, sejamos nós a pagar por ela e por essa crise. Dívida que sustenta os vampiros dos bancos e que não é de hoje, que foi criada para bancar empreendimentos burgueses dos mais trágicos, aos mais parasitas, como a Guerra do Paraguai e o enxoval da Princesa Isabel (!).

Basta de subserviência aos capitalistas estrangeiros, a exemplo do que acontece na Argentina, em que o governo de conciliação de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner submisso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) abriu espaço para que o reacionário Milei se alçasse, e que a esquerda da Frente de Izquierda y de los Trabajadores, encabeçada por Myriam Bregman e Nicolas Del Cano, é quem da exemplo de combate. Nossa luta precisa ser independente do governo e se enfrentar também com toda a herança bolsonarista de reformas e privatizações aprovadas nos últimos anos. Somente confiando nas nossas próprias forças é possível reverter esse cenário.




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