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Crise | Ucrânia prepara decreto de estado de emergência e começa a recrutar reservistas

Medida ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento e tem o objetivo de "fortalecer a ordem pública", disse uma autoridade de segurança; ucranianos de 18 a 60 anos estão sendo chamados para as forças armadas

quarta-feira 23 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Um estado de emergência deve ser introduzido em todas as partes da Ucrânia sob controle do governo Zelensky, anunciou o Conselho de Segurança e Defesa Nacional do país nesta quarta-feira (23).

A medida deverá ser aprovada pelo Parlamento ucraniano em 48 horas e terá duração de 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30 dias.

Depois que as potências ocidentais deixaram claro que não se comprometeriam na mesa de negociações a não trazer a Ucrânia para a OTAN, em 21 de fevereiro o presidente russo reconheceu oficialmente as províncias de Donetsk e Luhansk no leste da Ucrânia, que estão sob o controle de separatistas pró-russos desde 2014, como repúblicas independentes.

Putin aprovou o envio de tropas russas às duas regiões consideradas independentes, e cedeu seu apoio à exigência dos governos de Donetsk e Luhansk a todo o território do Donbass, estratégico economicamente para a produção industrial e majoritariamente povoada por russos.

“Em todo o território de nosso país, com exceção de Donetsk e Luhansk, um estado de emergência será introduzido”, disse Oleksiy Danilov, secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, nesta quarta-feira.

“O principal objetivo da Federação Russa é desestabilizar a Ucrânia por dentro e alcançar seu objetivo. Para evitar que isso aconteça, decidimos hoje e tomamos essa decisão hoje”, acrescentou.

Falando durante uma coletiva de imprensa em Kiev, Danilov disse que o estado de emergência incluirá “o fortalecimento da ordem pública e da segurança em instalações de infraestrutura crítica” e o reforço das inspeções em certos movimentos de transporte.

“Dependendo das circunstâncias locais, pode haver medidas mais fortes ou mais brandas para garantir a segurança do nosso país”, acrescentou. "Todas são medidas preventivas, para preservar a paz e a calma no país e para que a economia continue funcionando”, concluiu.

A situação está se tornando cada vez mais tensa e está se aproximando de um ponto em que as avenidas de retirada estão se fechando. Como viemos dizendo no Esquerda Diário, a beligerância da OTAN e dos EUA busca enclausurar a Rússia no interior de suas fronteiras, obrigando-a a renunciar a sua zona de influência estratégica. Frente ao expansionismo imperialista da OTAN, entretanto, o nacionalismo reacionário de Putin não é alternativa: busca apenas atender aos oligarcas capitalistas e os interesses de Estado de uma potência militar bonapartista que promove uma política contra-revolucionária onde quer que intervenha, como nas repressões recentes aos movimentos populares na Bielorrússia e no Cazaquistão.

A burguesia ucraniana usa seu povo apenas como moeda de troca, vendendo-o a cada momento a uma potência aliada. O movimento repressivo do Estadod e emergência busca conter qualquer conflitividade social em nome desses negócios. A possibilidade de uma Ucrânia independente está inextricavelmente ligada à luta contra os oligarcas de ambos os lados e a uma perspectiva socialista.




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