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PM ASSASSINA | Trabalhadores são baleados pela PM do Tarcísio em mais uma onda de operações sanguinárias na Baixada Santista

Um massacre vem em curso na Baixada Santista: dando seguimento à Operação Escudo de 2023, a Polícia Militar do Estado de São Paulo continua oprimindo e matando ativamente a classe trabalhadora e a juventude negra.

quinta-feira 22 de fevereiro | 19:14

A Polícia Militar do Estado de São Paulo age por vingança nas ruas em Santos e Guarujá. Desde o dia 2 de fevereiro teve início a Operação Verão, uma sequência da Operação Escudo de 2023, que foi responsável pela Chacina do Guarujá em julho. A polícia saiu às ruas mais uma vez no dia 19, nessa nova onda do mês de fevereiro decorrente da morte do soldado da ROTA Samuel Wesley Cosmo, na cidade de Santos. A PM busca de maneira nefasta vingança pela morte do soldado, como também intensificar a patrulha em certas áreas da Baixada Santista. No desenrolar dessa operação assassina, essa semana trabalhadores de uma empresa contratada pela prefeitura de Santos (Geologus), foram brutalmente baleados na cidade , durante o seu horário de trabalho e sem qualquer motivo.

Por enquanto, somam-se 31 mortos nessa Operação, e ainda escorre o sangue nas mãos dos policiais. Como abordamos nessa matéria aqui, a polícia de Tarcísio faz um grande ataque para aterrorizar a classe trabalhadora em toda a Baixada Santista, mostrando o que realmente é: o braço armado da burguesia nacional que busca reprimir a população e os setores explorados da sociedade. Dessa vez, trabalhadores contratados para fazer serviço de drenagem na região foram feridos durante o avanço da polícia no Morro do Tetéu, que, segundo relatos, já começou com tiros sendo disparados pelos próprios policiais. Esse caso demonstra o que é na prática o lema que a extrema-direita e seus quadros, como o governador Tarcísio (Republicanos) levam a frente, de “atirar primeiro e perguntar depois”, um ataque à população e principalmente aos setores explorados e à juventude negra.

Um vídeo, obtido pela Ponte Jornalismo, captura momentos depois dos tiros, onde é possível ouvir alguém dizer, inconformado: “Balearam “o talento”, mano, balearam “o talento”. Tão tirando, balearam dois trabalhadores, mano”.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) e seu secretário afirmam de maneira cínica que a reação foi “proporcional” ao que a polícia militar e a ROTA encontraram no Morro do Tetéu, onde além de ferir os dois trabalhadores da Geologus, mataram um “homem suspeito” - pelo que dizem os relatos, um menino - quem teria atirado com uma arma contra eles. No entanto, os moradores da região afirmam que foi a própria polícia quem começou o caos. Enquanto a SSP/SP afirma que os trabalhadores foram feridos por estilhaços, os mesmos contaram outra versão. Eles afirmam que os policiais chegaram atirando, e outros relatos afirmam essa mesma versão. Os dois que foram baleados estavam trabalhando na hora que viram o jovem assassinado à luz do dia pela PM, que pela manhã transformou a rua em uma zona de guerra.

Desde a Chacina do Guarujá, em julho, a polícia protagoniza um verdadeiro terror na baixada que não tem expectativa de encerrar-se. É a ação mais letal no estado desde Carandiru. Essa política de morte está presente em muitas outras condutas policiais, mesmo que já fique explícito no fato de que a PM mata um a cada 15 horas no litoral. Na Baixada Santista já houve registros e denúncias de moradores sobre policiais militares quebrando câmeras e invadindo casas, até mesmo jogando gasolina. É importante sempre lembrar que a polícia não está do lado dos trabalhadores, assim como é um inimigo direto na luta pelo fim de opressões de gênero, raça, sexualidade e classe, seja ela a polícia militar ou não. A polícia militar que matou os nove jovens no Baile da DZ7 de Paraisópolis em 2019, a polícia rodoviária federal em Sergipe que matou Genivaldo em 2022, atuam da mesma forma que a polícia que reprimiu as manifestações populares na Argentina esse ano e que reprimiu o Black Lives Matter nos Estados Unidos em 2021, e torturou e assassinou George Floyd também à luz do dia.

Portanto, é necessário denunciar esse casos e promover uma luta contra o governo de extrema-direita do Tarcísio em São Paulo e pressionar o governo Lula por mobilizações nas ruas, e por centrais sindicais e organizações estudantis que mobilizem e massificam a luta nos locais de trabalho e nas universidades, pois o governo de frente ampla não é uma alternativa a todos esses ataques e aos assassinatos ocorrendo agora, pelo contrário. Lula há pouco mais de uma semana se sentava e brincava com a proximidade que teve na trajetória política de Tarcísio, seu governo aliasse com governadores da direita para privatizar presídios, o que escancara a realidade de que a conciliação de classes fortalece a extrema-direita, e não é uma solução para o fim da opressão nem do assassinato da juventude negra no Brasil.




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