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Autoritarismo | TSE impõe medida autoritária e censura vídeo da CUT contra Bolsonaro

A medida favorece diretamente o presidente, censurando um vídeo da CUT que vincula Bolsonaro às mortes por covid-19. Essa é uma medida autoritária do TSE que repudiamos.

quinta-feira 25 de agosto de 2022 | 13:51

Foto: Brenda Rocha Blossom/Shutterstock

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atendeu recentemente a pedido da coligação entre o PL de Bolsonaro, o PP e o Republicanos, para retirada de um vídeo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que liga diretamente o presidente às mortes por covid-19. A coligação alega que o vídeo configura propaganda eleitoral negativa antecipada, argumento acatado pela ministra Maria Claudia Bucchianeri que aponta para uma conotação eleitoral do vídeo, justificando a partir da localização da CUT como entidade para a defesa dos trabalhadores, colocando como hipótese até a ilegalidade em relação ao uso de recursos financeiros vinculados à publicidade de campanha política. Ou seja, ainda que haja diferenças entre Alexandre de Moraes e Bolsonaro frente sua retórica golpista nas eleições, a ministra Maria Bucchianeri preferiu censurar a CUT a fim de preservar a imagem do presidente, justamente no tema da pandemia, onde fez piada com as pessoas que morriam nas filas dos hospitais a espera de leitos e respiradores.

A posse recente do ministro Alexandre de Moraes do STF como presidente do TSE simboliza a presença de uma figura que fez parte do golpe institucional de 2016 e teve papel central na manipulação das eleições de 2018, dando o tom de como não podemos confiar nas instituições do regime que trabalha para manter todos os ataques econômicos contra os trabalhadores e povo pobre. A decisão da ministra Bucchianeri sobre a retirada do vídeo demonstra que o compromisso do TSE segue se aliando aos ataques do governo Bolsonaro, favorecendo seu discurso de combate à pandemia e inviabilizando a barbárie provocada pelo mesmo.

Repudiamos totalmente a censura direcionada à CUT pelo TSE, ao mesmo tempo que chamamos a entidade para que rompa com sua paralisia e organize um plano de lutas para enfrentar Bolsonaro e os atores autoritários do regime, colocando em primeiro plano a revogação das reformas e dos ataques, através de assembleias de base nos locais de trabalho.. Não é através da chapa Lula-Alckmin, da conciliação com a direita, com industriais e bancários, que iremos resolver as questões da classe trabalhadora e do povo pobre. O enfrentamento da extrema direita deve passar pela independência de classe, na luta de classes e não pela confiança nas instituições degradadas do regime que sempre alinham seu ângulo para descontar a crise nas costas dos trabalhadores.




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