A Tribuna de Jundiaí, um dos jornais da cidade que carrega no nome, que mais faz campanha do prefeito Luiz Fernando Machado e da política do PSDB do que faz jornalismo, fez uma nota na tarde desta segunda-feira destilando ódio à classe trabalhadora e criticando o apoio dos jundiaienses à forte greve dos coletores de lixo da cidade. O jornal fez de tudo (desde culpar os trabalhadores pelas condições precárias até convocar os cães de guarda do Estado), menos mostrar as reivindicações legítimas dos trabalhadores.
quarta-feira 2 de fevereiro de 2022 | Edição do dia
Os coletores entraram em greve na última segunda-feira, dia 24, reivindicando por melhores EPIs, como luvas mais seguras e uniformes mais adequados para a coleta de lixo, por reajuste salarial e pelo fim do desconto de R$7,00 por dia para quem apresenta atestado médico (um grande absurdo). A greve foi colocada na ilegalidade pela empresa e pela prefeitura de Jundiaí, e os trabalhadores foram intimidados pela empresa Trail (empresa terceirizada contratada pela prefeitura em contrato milionário), que demitiu seis funcionários que participaram da greve. Por isso também uma das demandas que os trabalhadores estão levantando é a readmissão daqueles que foram demitidos por perseguição.
Os coletores, entretanto, não se deixaram intimidar e continuam em greve, se negando a ceder à pressão da empresa e recusando a sair de greve sem seus direitos.
A Tribuna de Jundiaí, jornal de alcance da cidade ao lado de outros como Jornal de Jundiaí e Jornal da Região, vêm noticiando, ainda que porcamente, a greve dos coletores de lixo da cidade. Na última segunda-feira, dia 31, soltou uma nota citando uma apoiadora da greve e afirmando, desde o título, que ela “incita greve ilegal de coletores de lixo em Jundiaí”.
E a mídia burguesa ataca novamente: a nota é, do começo ao fim, um ataque à classe trabalhadora e ao direito dos coletores de fazer greve. É muita coragem da prefeitura reacionária do prefeito Luiz Fernando e do PSDB afirmar que a paralisação dos coletores, que trabalharam sem parar durante a pandemia, arriscando as suas vidas sob condições precárias e sem segurança, é ilegal. Mas não é surpresa que uma mídia como a Tribuna repita o discurso do patrão.
A Tribuna segue, ainda, criticando que os coletores e “agitadores” vêm impedindo o trânsito na via onde fica a empresa e onde os coletores estão paralisados. Na tentativa patética de colocar os trabalhadores jundiaenses contra os coletores, o que a Tribuna deixa de mencionar é que os demais trabalhadores jundiaienses, assim como os coletores, vêm enfrentando condições cada vez mais precárias com a crise e o desemprego, em condições de exploração e vulnerabilidade, e que se estão incomodados com o trânsito, é porque o aumento do preço da passagem de ônibus na cidade para R$5,00 foi mais um ataque aos trabalhadores.
E não podia faltar, é claro, os patrões chamando os cães de guarda. A Tribuna, como boa porta-voz da tradição PSDBista de chamar a polícia para (criminosamente) atacar os trabalhadores, ainda afirmou com orgulho que a Polícia Militar e a Guarda Municipal foram acionadas para “evitar prejuízos a população, trabalhadores e também aos manifestantes”. E bingo!: agora também se pode dizer que a Tribuna é mentirosa. A Polícia é o cão de guarda do Estado e serve apenas aos interesses dos grandes empresários. Por que, se não para garantir os interesses das empresas protegidas pela prefeitura, a polícia esteve presente nas negociações entre o Sindicato e a empresa Trail? Por que, se não para reprimir as reivindicações legítimas dos trabalhadores, a polícia jogou spray de pimenta nos coletores em greve? A polícia mais uma vez é acionada como bom protetor dos interesses da burguesia: nada tem a ver com evitar prejuízos a população, trabalhadores e (muito menos) manifestantes.
A Tribuna de Jundiaí é mais um desserviço aos trabalhadores jundiaienses. Junto às outras mídias que estão no bolso da prefeitura de Luiz Fernando e do PSDB, não propagam mais do que mentiras tendenciosas a favor dos que bancam o jornal. Ao contrário desses jornais que defendem a burguesia e o patrão, o Esquerda Diário existe com o objetivo de difundir e noticiar a perspectiva de luta da classe trabalhadora.
A greve dos coletores de lixo é um exemplo a ser seguido. Aos berros nesta última segunda-feira eles gritavam: “coleta unida jamais será vencida!”, um grito de resistência dentro de um governo reacionário que mostra o caminho para mais direitos, revogação das reformas e o fim de uma vez por todas do regime que deixou mais de meio milhão de brasileiros morrer nos últimos dois anos.
É necessário unificar-se e apoiar a greve dos coletores de lixo de Jundiaí e seguir o seu exemplo de resistência aos ataques e aos interesses dos grandes empresários, da direita e do governo que ataca os trabalhadores.
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