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AUMENTO DAS PASSAGENS | Os secundaristas podem encabeçar a luta pra derrotar o aumento das passagens

A apenas um dia da virada do ano, 2015 ainda não terminou, nessa quarta-feira foi anunciado o aumento da passagem de ônibus nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro e em cidades importantes, como Campinas. Em São Paulo a passagem subiu de R$3,50 para R$3,80, ou seja, agora para um jovem ou um trabalhador chegar ao trabalho, a algum espaço de lazer ou estudo terá que pagar quase quatro reais apenas em uma condução, somado isso ao aumento do custo de vida, a inflação e ao desemprego, pode gerar um resultado explosivo.

Isabel Inês São Paulo

quinta-feira 31 de dezembro de 2015 | 01:00

O aumento do custo dos transporte foi o estopim para estourar as jornadas de Junho, e logo esse novo aumento remete diretamente a essa luta que a juventude protagonizou a alguns anos atrás, contudo nesse próximo 2016, mais do que esperar uma repetição de Junho, é possível construir uma luta ainda mais profunda. Nesses anos se aprofundou as experiências da juventude com os governos e com os próprios métodos de luta, no estado de São Paulo o ano acabou com uma vitória dos secundaristas contra o projeto de reorganização das escolas proposto pelo governo Alckmin, as experiências dessa luta podem ser fundamentais para impedir o aumento das tarifas dos ônibus.

Assim como em Junho com o “não é só por 20 centavos” a luta contra a reorganização escolar começou a questionar elementos mais estruturais do sistema, ligados aos grandes lucros das máfias do transporte, da educação e mesmo da saúde, enquanto a população vive apertada nos ônibus, com péssimo ensino e acesso a saúde, assim a juventude trouxe a tona temas políticos que tocam a toda a população e questionam em cheio esse sistema onde os trabalhadores e a população se vê obrigada a pagar pela crise, enquanto o regime político podre vive em escândalos de corrupção com dinheiro publico.

Esse ano essa contradição esta ainda mais escachada, as jornadas de 2013 era ainda o inicio da crise, se espera para o ano que vem o aumento da inflação de mais de 10%, e principalmente a juventude vem sofrendo com o já alto desemprego, ou seja, a possibilidade de um futuro melhor esta cada vez mais distante. E não só objetivamente esse aumento é um ataque a população, mas também o discurso da prefeitura do Haddad (PT) e do governo do PSDB é uma tentativa de “ant junho”, ou “Anti Juventude”, ao colocar uma das responsabilidades do aumento nas costas dos que não pagam as tarifas, idosos e estudantes.

Supostamente esse aumento viria como parte da indenização as empresas do transporta por conta dos “não pagantes”, esse subsídio pago as empresas aumentou R$144 milhões e tem como projeção do estado gastar em 2016 com subsidio cerca de 1,9 bilhões e reais. Essa quantia exacerbada poderia ser destinada a um transporte público e de qualidade, ao em vez de servir aos lucros de empresas, que são as verdadeiras responsáveis pela precariedade do serviço e pelos altos preços.

As ocupações secundaristas mostraram sua força pela capacidade de articular políticas de apoio popular, com uma desconfiança irredutível no inimigo (governo) que se traduzia no lema “não tem arrego” até vencer a luta. Isso foi possível fundamentalmente pela organização, diferente das marchas espontâneas de junho, a luta dos secundaristas conformou um comando de mobilização onde as ações eram pensadas e organizadas, esses comando podem ser parte da organização dos atos e ações contra o aumento das tarifas.

Essa nova juventude que esta surgindo, que já nasceu durante a crise econômica vendo o PT sendo o partido dos ajustes e ataques, ao mesmo tempo que vê o mundo em constante movimento com processos de lutas, greves, enfrentamentos, uma juventude que volta a falar em revolução e esta chamada a dar respostas aos grandes problemas políticos colocados pelo capitalismo. A luta contra o aumento dos transporte pode colocar uma confluência superior desses jovens que começaram a questionar a fundo o projeto de educação, com a população e os trabalhadores que sofrem com o transporte (e eles próprios), partindo de organizar os comandos de mobilização das escolas com centros acadêmicos e sindicatos de esquerda para barrar o aumento da passagem, e ir por mais na luta por um transporte verdadeiramente gratuito e sob controle dos trabalhadores e usuários.




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