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Conselho de Segurança | Lula vota a favor de nova intervenção da ONU no Haiti: é preciso rechaçar a repressão ao povo haitiano

Lula votou pela aprovação de nova intervenção da ONU no Haiti, nesta segunda-feira (02) e o Brasil participará do treinamento da polícia que reprimirá a população haitiana. 6 anos após o fim da MINUSTAH, intervenção da ONU no Haiti que foi chefiada por militares brasileiros, da qual o governo Lula e o PT foram responsáveis pela operação criminosa repleta de assassinatos e estupros contra a população negra, e que serviu de viveiro para todos os generais bolsonaristas, novamente está coloca a intervenção imperialista naquele país.

quarta-feira 4 de outubro de 2023 | 14:06

Na última segunda feira (02) Lula, assumindo como representante brasileiro a presidência do Conselho de Segurança da ONU, votou a favor de nova intervenção no Haiti, baseado no reacionário mecanismo presente no Capítulo 7 da carta da ONU que autoriza o uso de força, sob aval do conselho, quando for necessário “restabelecer a paz e a segurança internacionais”.

Durante os 13 anos de ocupação militar chefiada pelo Brasil (a maior parte deles sob as presidências do PT, Lula e Dilma, e também sob o governo Temer), as tropas brasileiras e da Minustah não levaram nada de humanitário ao Haiti. Ao contrário, afogaram em sangue a revolta do povo haitiano que se levantava contra a fome e à miséria provocadas pela opressão e exploração imposta tanto pela burguesia local, mas sobretudo pelo imperialismo naquele país.

A MINUSTAH, foi uma operação criminosa repleta de assassinatos e estupros contra a população negra e que além disso serviu de “viveiro” para todos os generais bolsonaristas. Durante seu governo Bolsonaro colocou no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno, primeiro comandante da Minustah ("Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti") entre 2004 e 2005; levou para a Secretaria de Governo Carlos Alberto dos Santos Cruz (que esteve no Haiti de 2007 a 2009); e indicou para o comando do Exército Edson Leal Pujol (líder da força de paz entre 2013 e 2014). E além destes, quem também era oficial no Haiti é o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que vale lembrar foi o mesmo a defender os assassinatos realizados pela polícia paulista no Guarujá no mês de agosto.

Este é o papel que cumpriram Lula e o PT durante seus governos, o de abrir espaço para a direita e a extrema-direita asquerosa que após o golpe institucional e a degradação do regime de 1988 no Brasil assumiram o governo para aplicar sobre a classe trabalhadora brasileira a reforma trabalhista, reforma da previdência, terceirização, destruição da educação com o Novo Ensino Médio. E agora com o novo governo Lula-Alckmin, constituído de uma frente ampla com setores da burguesia, é responsável direto, não apenas por não revogar esses ataques, mas implementar novos como a aprovação do novo teto de gastos que é o Arcabouço Fiscal, trazendo para dentro do governo ministros de partidos como o PP e Republicanos que foram base do governo Bolsonaro, repetem o mesmo caminho da conciliação de classes que seguramente nada de positivo pode trazer aos trabalhadores e a população pobre.

Como desenvolvemos neste artigo, a história do Haiti é repleta de luta contra a exploração e escravidão que durante o desenvolvimento do capitalismo fez da Ilha de São Domingo palco da única rebelião de escravos triunfante em toda história da humanidade, a única que conseguiu constituir um Estado nacional próprio, e a primeira que conquistou a independência. Portanto, a intervenção imperialista que se desenvolveu ao longo da história e que permanece até hoje, com justificativas de “paz e segurança” são também uma resposta a luta negra que até os dias de hoje nos inspira na luta contra o capitalismo.

Fazemos um chamado as organizações do movimento negro e de esquerda de todo o país a rechaçar veementemente essa nova intervenção no Haiti, como dissemos acima esta política reacionária resulta apenas em assassinatos, violência, estupros, serve para fortalecer o aparato repressivo contra a população haitiana, além de servir como base para que essa mesma violência seja aplicada no Brasil como demonstram a aprovação do uso da Força Nacional no Rio de Janeiro e os R$ 20 milhões para a repressão do povo negro na Bahia. E repetimos, foi o que permitiu o surgimento das figuras de extrema-direita que hoje reprimem e atacam a classe trabalhadora.

Diante da forte greve que se expressou ontem em São Paulo, em categorias como o Metrô, CPTM, Sabesp, Embraer, trabalhadores terceirizados do aeroporto de Guarulhos, trabalhadores da USP, junto a greve dos estudantes da USP e da UNICAMP, contando com um apoio massivo da população, podemos enxergar que a classe trabalhadora está disposta a lutar contra a precarização, as privatizações e os ataques dos capitalistas, se enfrentando diretamente com uma figura reacionária como Tarcísio de Freitas. Aqui e no Haiti o caminho da luta de classes é o que pode questionar pela raiz este sistema de miséria e opressão chamado capitalismo.

Abaixo a ingerência imperialista e brasileira no Haiti!




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