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OPERAÇÃO SAQUEADOR | Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, é preso no Rio.

sábado 2 de julho de 2016 | Edição do dia

Foto: Pedro Figueiredo

Cavendish estava fora do Brasil desde o dia 22 de junho, e ontem tomou um voo de Roma para o Rio de Janeiro. Ao desembarcar, às 04:20 desse sábado, foi preso por agentes da Polícia Federal e escoltado para o IML. Em seguida, por volta das 06:00, foi levado para o presídio Ary Franco, na zona norte da cidade.

A Operação Saqueador, deflagrada pela PF na última quinta feira, além da de Cavendish, decretou as prisões do bicheiro Carlinhos Cachoeira e dos empresário Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu. A acusação é de que eles teriam participado de esquemas para, por meio de empresas fantasmas, utilizar R$ 370 milhões obtidos pela empresa de Cavendish, a Delta Construções, para pagar propinas a políticos e agentes públicos.

As investigações, conduzidas pelo MPF do Rio, afirmam ter conseguido comprovar o desvio de R$370 milhões. Mas os levantamentos feitos apontam quem entre 2007 e 2012 o faturamento da Delta Construções com verbas públicas chegou a R$11 bilhões, o que representa 96,3% de todo seu faturamento nesse período. Entre os casos já investigados nos quais se comprovou o desvio, a denúncia do MPF cita fraudes em licitações para a construção de rodovias no Maranhão e Ceará, além da contratação da Delta sem licitação para a construção do Parque Aquático Maria Lenk, obra feita para os jogos Panamericanos.

A prisão de Cavendish foi decretada nessa sexta-feira pelo Ministério Público Federal, mas o desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal, determinou que ele cumprisse prisão domiciliar. Nessa tarde, foi recusad o recurso dos advogados que Cavendish que pedia para que ele, e os empresários Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu pudessem sair da prisão sem o uso de tornozeleiras eletrônicas. Como as tornozeleiras devem chegar apenas no dia 7, a previsão é de que até lá eles permaneçam no presídio, mas a Justiça Federal determinou que aqueles que possuem curso superior devem ser transferidos para o presídio de Bangu 8. Adir Assad já cumpre prisão domiciliar com tornozeleira após ter sido condenado na Operação Lava-Jato.

Sobre a determinação de que eles possam cumprir prisão domiciliar, o procurador-regional da República, José Augusto Vagos, chefe da Procuradoria-Geral da República da 2ª Região, afirmou que “beira o abolicionismo penal” deixar que os réus fiquem em suas casas “num contexto de desvios de quase 400 milhões”. Ele disse que irá recorrer da decisão e ainda disse que a decisão é “um desprestígio aos órgãos de persecução que trabalharam duro para essa operação, gasto enorme de tempo e dinheiro para, sem maiores considerações e aprofundamentos, concederem-se prisões domiciliares em série".




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