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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA | "Escorregou no Listerine", diz Ministro do TSE sobre acusação de violência doméstica

sexta-feira 13 de outubro de 2017 | Edição do dia

Em junho deste ano, Élida Souza Matos, abriu um boletim de ocorrência, onde registrou uma agressão sofrida por parte de seu marido, o ministro do Tribunal Superior Eleitora, Admar Gonzaga. Apesar de Élida retirar a queixa, o Supremo Tribunal Federal continuou as investigações e será o ministro Celso de Mello que decidirá se Admar Gonzaga irá responder por violência doméstica.

Segundo a denúncia de Élida, durante uma briga foi agredida verbalmente pelo Ministro, que também jogou enxaguante bucal em seu rosto.

Em sua defesa, Gonzaga conta outra versão: diz que Élida teve uma crise de ciúme, depois de descobrir ser portadora de uma doença autoimune, chamada esclerodermia. Durante a briga, segundo ele, Élida teria escorregado no Listerine e batido o rosto na banheira, causando a lesão.

Como se não bastasse esse argumento ridículo, Gonzaga assumiu ter empurrado Élida durante a discussão, mas “sem intenção de machucá-la” e nega ter xingado a esposa. Gonzaga também anexou fotos em sua defesa para mostrar que também foi agredido durante a briga.

A filha de Élida, prestou depoimento como testemunha em junho deste ano, afirmou ter ouvido o padrasto gritar “escrota” e dizer “quero que saia de casa pra eu te ver na sarjeta”. Além disso, também afirmou que o padrasto é ciumento e impediu Élida de estudar.

Lei Maria da Penha

Conforme a Lei, ainda que Élida tenha retirado a queixa, a investigação pode continuar sendo feita. É uma questão importante, uma vez que 70% das mulheres acabam retirando a queixa e isso garante que ainda sim a investigação possa ser encaminhada. Entretanto, a lei por si só é incapaz e insuficiente para combater efetivamente a violência contra as mulheres, pois elas continuam sendo agredidas.

A violência doméstica cometida por um ministro escancara ainda mais como entre os políticos corruptos continuam vociferando o machismo, mostrando ainda mais a fragilidade e os limites que a lei se esbarra.




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