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Desastre capitalista | Enchentes no RS chegam a quase 50 mortos, veja os relatos chocantes

Veja os chocantes relatos dos moradores do Rio Grande do Sul sobre a tragédia ambiental e capitalista decorrente das chuvas no estado.

segunda-feira 11 de setembro de 2023 | Edição do dia

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Nós, do Esquerda Diário, prestamos toda nossa solidariedade às vítimas dessa tragédia capitalista endossada pelo Estado. Como expressamos na declaração do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, o governo de Leite é responsável por essa situação desastrosa. Apenas uma resposta operária, onde a classe trabalhadora possa arrancar suas demandas pode impedir que cenas como as relatadas abaixo voltem a acontecer.

Elisabeth Simonaio, 65 anos
 
Passou a noite pendurada em um sofá que flutuava pelo quarto, segurando pela mão a mãe morta, para que a correnteza não a levasse, e torcendo para que um armário não tombasse sobre elas. Sua mãe morreu após deslizar do sofá por não ter força em um braço e por estar em estado de pânico, mergulhando dentro da água. Elisabete a levantou e a colocou de volta no sofá, perguntando se ela estava bem, mas ela nunca mais a respondeu. Depois, passou a noite flutuando com a água no peito e sem encostar os pés no chão.
Antônio Correa, 53 anos
 
Buscou se abrigar na casa mais alta da rua e levou consigo 34 pessoas, enquanto o rio não parava de subir. Tentou levantar alguns móveis e recolher pertences, mas a água subiu mais rápido.
Cleci Ribeiro, 70 anos
 
Se refugiou na igreja e dormiu aos pés do Cristo Crucificado, tapada com a toalha de mesa que cobria o altar, pedindo desculpa a Deus por ter que retirá-lo. Com o aumento das chuvas, sua filha, Rosângela, já não dormia há cinco dias pensando em como ia fazer para arcar com as obras no telhado que já sofria com goteiras.
Lucas Horn, 37 anos
 
Montou uma jangada com caixas de isopor e subiu para o telhado do edifício, esperando socorro abraçado ao seu cachorro depois de ver da sacada do seu apartamento do terceiro andar uma casa se desprender do outro lado da rua e vir em direção a ele.
Hospital Nossa Senhora Aparecida
 
No único lugar que havia luz na cidade, dois enfermeiros, dois médicos e cinco técnicos passaram a noite atendendo o pânico generalizado dos gritos de desespero dos sobreviventes que ecoavam por toda a cidade.

Os sobreviventes da tragédia hoje estão sendo ajudados principalmente por doações da população, que doaram muitas vezes o pouco que tem, e por voluntários que estão no local ajudando como podem, sem receber qualquer auxílio dos governos. Há relatos inclusive da demora do governo federal para enviar aeronaves para o auxílio do resgate imediato das vítimas ilhadas, como no caso de Miguel Rutigliano em Lajeado, que foi resgatado somente as 17h, depois de não conseguir segurar a sua família. Hoje, o governo federal anuncia um repasse de R$741 milhões e outros auxílios, enquanto a estimativa de prejuízo é de R$1,3 bilhões, fora o valor inestimável das vidas e das histórias das pessoas.

A tragédia anunciada, longe de ser uma surpresa, como diz Leite, já havia sido avisada pelo INMET e não foram tomadas as medidas necessárias para salvar as vidas das pessoas. Leite inclusive diminuiu os investimentos em 2023 para prevenção de enchentes e vendeu os serviços estatais a preço de banana pros empresários. Os trágicos efeitos na vida da população poderiam ser minimizados com monitoramento, prevenção e planejamento racionais.

A grande mobilização da população em torno da tragédia é um exemplo que precisa ser levado a frente pelos organismos de classe, como os sindicatos, para levantar uma grande mobilização por uma resposta da classe trabalhadora frente à crise, pois se depender dos governos, continuarão ocorrendo.

Por um plano de obras públicas gerido e controlado pelos trabalhadores para realizar adequações estruturais nas cidades, prevenindo enchentes e garantindo moradia digna a toda à população. Essas medidas têm que ser financiadas pela cobrança e confisco de bens dos sonegadores, pela taxação das grandes fortunas e pelo não pagamento da dívida pública estadual e federal. Por uma reforma urbana radical para tirar as moradias dos locais de risco e por uma reforma agrária radical para combater a crise ambiental!




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