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Palestina | É preciso rechaçar o pedido de impeachment da extrema-direita contra Lula por suas declarações sobre o genocídio do povo palestino

No último domingo, Lula incomodou a extrema direita brasileira e internacional ao comparar o que está acontecendo com o povo palestino ao Holocausto, provocado por Hitler contra os judeus. Em resposta à declaração, mais de 110 deputados brasileiro, dentre eles setores da base do governo Lula, iniciaram um processo de pedido de Impeachment do presidente.

terça-feira 20 de fevereiro | Edição do dia

A ação, liderada pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), contava com 114 assinaturas na tarde de terça-feira (20). Caberá então, a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara de Deputados, decidir como encaminhar o pedido. Dentre os motivos do pedido, os deputados alegam que com a tal declaração, Lula coloca o Brasil em risco de uma guerra, e que tirou o Brasil do lugar de neutralidade que até então ocupava.

A gritaria sionista da extrema direita e da mídia brasileira reforça o fato de que são cúmplices das 30 mil mortes impostas por Israel contra o povo palestino. Agora, com o pedido de impeachment, a extrema direita se apoia nos mecanismos autoritários do regime político para demarcar sua posição reacionária e seu acordo com a barbárie promovida pelo Estado sionista, cujas vítimas prioritárias são mulheres e crianças. É necessário rechaçar fortemente esse pedido de impeachment, ainda que não haja no momento correlação de forças políticas para que avance. O aval do imperialismo americano também é parte do que orienta a propaganda sionista no Brasil e no mundo, com os EUA mais uma vetando uma resolução pelo cessar-fogo na ONU na última terça.

Diante de um genocídio, financiado pela principal potência internacional, qualquer país ou grupo que se cala, não está em situação de neutralidade, mas sim se omitindo de se colocar ao lado do oprimido. A declaração de Lula ocorre meses após o início da atual ofensiva em curso e frente ao terrorismo cometido por Israel, é urgente que rompa imediatamente as relações diplomáticas com o Estado sionista, algo que também a Frente Ampla e o próprio Estado burguês impõem limites.

Veja mais: Enfrentar o sionismo, a extrema direita e o massacre contra o povo palestino: pela ruptura imediata de todas as relações entre Brasil e Israel

Apesar de a maioria das assinaturas do pedido ser de integrantes do PL, hoje principal partido de oposição ao governo, é chamativo que das 114, 20 assinaturas sejam de deputados da base do governo, partidos esses que possuem ministério: União Brasil, PSD, MDB são parte dos signatários. Essa é mais uma mostra de que o caminho da Frente Ampla, que elegeu Lula-Alckmin, leva ao fortalecimento da extrema direita sionista, que se coloca ao lado de Israel e dos EUA que são responsáveis pelos diários bombardeios que já destruíram a maior parte do território palestino, inclusive hospitais, escolas, universidades.

Além do sionismo brasileiro, o próprio Estado de Israel respondeu à Lula

É sabido que o PT é um partido de conciliação de classes, que se articula com diversos setores burgueses, dos mais distintos partidos e do capital financeiro. Essas alianças cobram um preço elevado, e quem paga são os trabalhadores, nacional e internacionalmente. Lula demorou meses para se posicionar contra o genocídio, e agora, quando reconhece a verdade sobre a situação da Palestina, vira alvo da fúria sionista inclusive daqueles que são parte de seu próprio governo. As retaliações sionistas expressam o nível de alinhamento da direita brasileira com Israel, que precisa ser fortemente rechaçada inclusive com a força da mobilização nas ruas, mostrando que é necessário romper relações entre Brasil e Israel.

As alianças que o PT faz, em nome de derrotar o bolsonarismo, acabam por fortalecer a extrema direita. A única saída para derrotar o sionismo e acabar com o genocídio em curso, é apostar na luta internacional da classe trabalhadora, que vem se manifestando em diferentes localidades, desde a própria população de Israel, passando pelos blocos de carnaval no Brasil, até trabalhadores indianos que se recusam a mandar armamento para servir ao massacre e também com atos de rua na França, Londres. A luta internacional é a única que pode dar uma resposta de fundo ao massacre em curso e libertar de uma vez o povo palestino.

No Brasil, é necessário que as centrais sindicais, sindicatos e entidades estudantis rompam o silêncio sobre esse tema e mobilizem as categorias de trabalhadores e os estudantes em defesa do povo palestino. É essa força que pode enfrentar a extrema direita, o sionismo e expressar solidariedade internacional ao povo palestino.




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