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Diretoria da Apeoesp com PT, PCdoB, Resistência, MES e PCB defende ataque federal do arcabouço fiscal

No sábado, 24, aconteceu de forma online e burocrática, o primeiro conselho estadual pós eleições sindicais da Apeoesp, sindicato de professores do estado de São Paulo. Entre as várias pautas, em que nenhuma incluía a organização política dos professores, um dos temas colocado pela oposição foi a necessidade de se contrapor ao arcabouço fiscal. A direção da Apeoesp, composta por PT, PCdoB, Resistência, MES (PSOL) e PCB, vetou essa posição. Com o silêncio das correntes do PSOL e do PCB, o PT defendeu ferrenhamente o ataque do arcabouço fiscal, que significará um novo teto de gastos que ataca investimentos públicos e precariza a vida da população, mostrando um sindicato profundamente submetido ao governo Lula-Alckmin.

segunda-feira 3 de julho de 2023 | Edição do dia

Esse foi o primeiro Conselho Estadual de Representantes (CER) desde que a nova diretoria tomou posse após as eleições da Apeoesp, um processo marcado por fraudes para impedir que a chapa da Oposição Unificada Combativa fizesse parte da diretoria, deixando todas as cadeiras da diretoria estadual nas mãos da chapa 1, composta pelo PT, PcdoB, PSOL e PCB, com Bebel à frente.

O CER aconteceu de forma virtual, reunindo quase 700 conselheiros do estado e sem nenhuma pauta ou encaminhamento votado que tivesse como objetivo organizar a luta dos professores, mesmo no momento em que milhares estão com confisco salarial como está acontecendo com o não pagamento do Adicional de Local de Exercício (ALE) ou sofrendo com os efeitos do novo ensino médio e da nova carreira e tendo que se inscrever num concurso classificatório para os professores categoria O com pouquíssimas vagas. E até mesmo na votação sobre os professores terem direito de se filiar para participar do Congresso da Apeoesp, que ocorrerá em setembro, a burocracia sindical quis impedir esse direito mínimo para os professores, o que foi rechaçado pela oposição e se manteve esse direito no regimento.

Na última pauta do Conselho, a Oposição colocou como proposta uma posição contra o arcabouço fiscal, primeiro ataque do governo federal de Lula-Alckmin que vai significar um novo teto de gastos para drenar o orçamento público para os bolsos dos banqueiros e empresários, enquanto limita investimentos públicos, novas contratações e aumento salarial no funcionalismo, ou seja é aprofundar a terceirização e precarização do trabalho e arrocho salarial.

A atual diretoria não só vetou essa posição de se expressar como defendeu o novo arcabouço, dizendo que aqueles que criticam o governo federal estão com a extrema direita, sendo que é um ataque com as mãos de Lira, ex aliado de Bolsonaro. Assim, no maior sindicato da América Latina não vai haver nenhuma contraposição a um novo teto de gastos que vai precarizar a vida dos trabalhadores e do povo pobre e a diretoria mostrou que está submetendo o sindicato às políticas do governo da frente ampla que conta com inimigos dos professores, como Alckmin.

Grupos como a Resistência, MES, que são do PSOL ou mesmo o PCB, já se sentem tão contemplados pela burocracia que nem ao menos intervieram sobre esse ponto, fazendo escoar pelo ralo o discurso de unidade contra Tarcísio e os ataques, além de mostrar sua enorme submissão à burocracia sindical, já que mesmo o PSOL que faz parte do governo votou contra esse ataque no Congresso, mas nos sindicatos não se contrapõe a ele e ainda votaram contra os que buscaram rechaçar o novo teto de gastos. Já a UP que fez parte da chapa 3 nas eleições, só interveio para se abster e assim não se indispor com a burocracia sindical do PT, com quem estão juntos em várias subsedes do estado.

O Nossa Classe Educação, junto com companheiros da Oposição, nos colocamos na reunião contrários a esse ataque com a fala da professora Maíra Machado desde a subsede de Santo André, além de nos colocar contra o marco temporal que ataca a população indígena e que o PT liberou sua bancada para votar. Além disso, Maíra também defendeu que o sindicato chamasse os professores a boicotar a consulta do Novo Ensino Médio, já que é uma consulta fake que o professor não tem nem espaço para dizer que quer a revogação da reforma.

Maíra Machado declarou: "Esse primeiro CER depois das eleições mostrou que é preciso organizar a oposição estadualmente para se contrapor a burocracia sindical que agora está fortalecida pelo PSOL e PCB, além da UP, que na votação do arcabouço fiscal não quis se contrapor à diretoria e se absteve. É preciso uma oposição que esteja no chão das escolas defendendo a organização dos professores contra Tarcísio, o novo ensino médio e pela efetivação dos professores categoria O sem concurso. Desde a subsede de Santo André queremos ser um ponto de apoio para isso já nesse próximo Congresso da Apeoesp que vai acontecer em setembro, é urgente fortalecer uma oposição antiburocrática e com independência de classe e dos governos no nosso sindicato".


Temas

Arcabouço Fiscal    PCB    PCB    Resistência    PCdoB    MES    Apeoesp    PT    PSOL    Educação



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