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DIRETO DA ALERJ | Declaração de Carolina Cacau, direto do ato da Alerj sobre a votação de privatizar a CEDAE

Carolina Cacau declara (antes da repressão que está ocorrendo nesse momento) seu repúdio a votação aprovada agora a pouco na ALERJ e fala sobre os próximos passos da luta

segunda-feira 20 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

A privatização da CEDAE acaba de ser votada por 41 votos favoráveis e 28 contrários. A entrega da CEDAE constitui um ataque aos trabalhadores e à população do Rio de Janeiro, e é parte fundamental do pacote de ajustes negociado entre Pezão e Temer para descarregar nas costas dos trabalhadores e da juventude os custos da crise por eles criada.

Carolina Cacau, estudante da UERJ e ex-candidata a vereadora do MRT pelo PSOL, está na manifestação com a juventude Faísca e a equipe do Esquerda Diário, que acompanha a manifestação dos trabalhadores da CEDAE.

De lá, Carolina Cacau declarou:

“Estou aqui no ato e é um absurdo que esses políticos corruptos a serviço dos capitalistas tenham aprovado a privatização da CEDAE. Esses criminosos podem ter ganhado essa votação, mas a luta segue. Os trabalhadores da CEDAE tem todas as condições de ainda resistir contra o processo da privatização e todos os setores precisam fortalecer a resistência aos ataques, pois ainda vão querer passar muitos outros em meio a crise do Rio.

Os cedaianos demonstraram uma enorme disposição de luta com atos, paralisações e se enfrentando com a polícia, mostrando ter uma grande consciência do que está em jogo lutando não apenas pelos seus postos de trabalho, mas para que todo o povo do Rio de Janeiro tenha água e contra esse governo e seu pacote. Essa enorme demonstração de força dos trabalhadores da CEDAE é uma fonte de inspiração para todos os trabalhadores do Rio de Janeiro, e é o que precisamos generalizar para todas as categorias e setores atacados.

As manifestações na porta da ALERJ e a oposição de Freixo e dos parlamentares do PSOL ao pacote desde o ano passado foram pontos de apoio para que tenham sido barrados a maioria dos ataques até hoje, quando aprovam o maior ataque desde que começou essa crise: a privatização da CEDAE. É a demonstração mais clara da insuficiência das mobilizações que foram feitas até agora. Precisamos massificar e radicalizar a luta. Inclusive hoje a direção do SEPE negou-se a votar uma paralisação e fortalecer a luta da CEDAE. Era necessário que o ato de hoje tivesse reunido muito mais setores de trabalhadores e jovens. Da mesma forma, hoje também se demonstra uma vez mais o caráter da polícia, que em nada se importa com os trabalhadores, e que tendo recebido seus salários só estava na Alerj para reprimir os manifestantes.

Temos que avançar na mobilização em base à força dos trabalhadores e da juventude para impedir que a privatização hoje votada se efetive e para barrar os novos ataques.

Freixo e os parlamentares do PSOL precisam colocar a projeção pública que tem, a confiança política que conquistou, a serviço de organizar os trabalhadores em cada local de trabalho e os jovens em cada local de estudo, a começar pelos que estão em luta na UERJ, na CEDAE, na saúde pública. Os sindicatos do MUSPE, as centrais sindicais como CUT e CTB, o sindicato dos trabalhadores da CEDAE como o SINTSAMA, mas também o STAECNON e o STIPDAENIT, tem que colocar sua capacidade de mobilização a serviço de organizar essa luta pela base. Não basta reuniões de dirigentes e pequenas assembleias para construir uma unidade capaz de barrar os ataques. É preciso unir a força dos parlamentares e dos sindicatos para convocar milhares de ativistas em cada local para discutir os rumos da luta, suas ações coordenadas e nosso programa pra vencer. Em reuniões assim poderemos debater como avançar dos atos de rua em frente à ALERJ nos dias de votação – que cumprem seu papel, mas que sozinhos não serão suficientes para impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise – para organizarmos grandes greves unificadas que sejam capaz de golpear o patrão onde eles mais sentem: no bolso. Assim, podemos fazer mobilizações de dezenas de milhares, que de fato impeça a votação dos ataques e posso fazer frente à repressão.

Com uma força como essa, podemos colocar na parede Pezão, sem confiar na Lava Jato, nos políticos corruptos e nas oposições burguesas de direita, como PSDB e Bolsonaro. Mas para criar uma força capaz de impor uma saída de acordo com os interesses dos trabalhadores e do povo, para que a crise seja paga pelos capitalistas”.




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