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Professores DF | Concurso SEEDF: efetivação imediata de todos os temporários!

Hoje aconteceram as provas para professor temporário no DF. Novamente milhares de professores, cerca de 50 mil, em sua maioria mulheres, cruzando a cidade pra fazer as provas em salas lotadas e carteiras apertadas, muitos dos quais já são professores na rede há anos. É preciso defender a efetivação de todos os temporários pra enfrentar a precarização na rede de ensino pública do DF.

domingo 26 de novembro de 2023 | Edição do dia

Já virou rotina na vida da grande maioria dos professores do DF os concursos para temporário. Hoje a categoria tem cerca de 72% de professores temporários, com uma ampla minoria de professores efetivos (segundo a Lei de Acesso a Informação, out/2023), sendo 16500 temporários num quadro de 23 mil professores. Esse é o retrato da precarização da educação e da vida dos docentes no Distrito Federal, que a cada dois anos enfrentam o medo do desemprego e são obrigados a se submeter mais uma vez a uma prova para supostamente demonstrar que são capazes de fazer algo que já fazem todos os dias nas salas de aula, vários deles há muitos anos. Ilegal em todos os sentidos, os professores temporários que deveriam apenas cumprir licenças e afastamentos de professores efetivos, acabam representando a grande massa na educação distrital.

A greve de maio deste ano, levantou a questão da desigualdade de direitos dentro da categoria de professores, conquistando promessas de direitos mínimos como o direito a atestado de acompanhamento de cônjuge ou dependente, entrega de titulações e participação da semana pedagógica, mas principalmente a promessa de convocação de todos os aprovados no último concurso. Mas fez falta um programa de efetivação de todos os temporários que estão exercendo a profissão sem necessidade de novo concurso, para de fato acabar com a instabilidade, garantir direitos iguais para aqueles que eram maioria na luta e enfrentar a divisão da categoria.

Mesmo com as distintas ameças do governo Ibaneis de devolver os professores temporários que entrassem em greve, as professoras e professores temporários ano após ano mostram sua força e aderem massivamente a luta por igualdade de direitos, a qual a direção do sindicato (Sinprodf), PT/CUT, não está a altura de dar uma resposta. Além de não levantar a efetivação de todos os temporários, acabaram com a greve sem antes garantir nenhuma das conquistas prometidas, um aumento digno ou mesmo a chamada dos já aprovados no concurso para efetivo de 2022. Confiaram mais nas promessas do Ibaneis do que na enorme força da categoria pra arrancar os seus direitos.

Somente favorece o governo a divisão entre efetivos e temporários, separando suas lutas e organização dentro da categoria, enfraquecendo assim a defesa de uma educação pública de qualidade. O governo ganha ao criar uma divisão interna colocando como conflituosos interesses de trabalhadores que prestam o mesmo serviço, assim como ganha em cima dos professores temporários ao pagar menores salários e sem plano de carreira ou progressão.

Essa precarização tem rosto de mulher, que são a maioria em contratos temporários. Sabemos que a educação de conjunto é prejudicada pela ideologia machista que coloca para a mulher o papel social de cuidar e estabelece que devemos ensinar "por amor", camuflando assim a realidade de longas jornadas de trabalho remuneradas abaixo de outros serviços públicos não considerados "femininos".

Nós do Esquerda Diário e do grupo de mulheres Pão e Rosas nos colocamos lado a lado com cada professor da rede pública distrital contra a divisão e precarização. Defendemos a imediata efetivação de todos os 16500 professores temporários sem a necessidade de novo concurso e a chamada massiva e imediata de todos os demais aprovados do último concurso de efetivos.




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