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Reintegração de posse | Comunidades Quilombolas enfrentam inaceitáveis ataques e ameaças de morte em Ilhéus-BA

O Conselho Inter Territorial de Articulação das Comunidades Quilombolas do Baixo Sul e Litoral Sul da Bahia (CIACOQ) denuncia ataques gravíssimos e inaceitáveis a comunidades quilombolas de Ilhéus que, ao que tudo indica, têm relação com uma tentativa de reintegração de posse por parte da Universidade Estadual de Santa Cruz. Todo apoio aos quilombolas baianos em seu direito à autodeterminação territorial!

sexta-feira 21 de julho de 2023 | Edição do dia

Há meses, comunidades quilombolas do sul da Bahia vêm passando por uma situação insustentável. Após terem discutido em Assembleias e tomado a decisão de se desvencilhar de um movimento que atuava para prejudicar a luta dos quilombolas para assegurar sua existência, diante inclusive de manipulações de documentos por parte de membros desse movimento nefasto, a situação piorou muito e escalonou a ponto de líderes quilombolas terem os quartos de seus filhos queimados após vários casos de ameaças abertas de morte.

Não coincidentemente isso acontece num momento em que a Universidade Estadual de Santa Cruz, localizada em Ilhéus, reivindica a reintegração de posse de uma fazenda abandonado há 20 anos, sem cumprir, por todo esse tempo, nenhuma função social, mesmo se tratando de uma universidade pública. Há um ano essa terra está ocupada por cerca de cinquenta famílias que fizeram ali a Sede da Associação Quilombola de Ilhéus.

O Estado, que é responsável pela situação em que vivem os povos indígenas e quilombolas no Brasil, enfrentando inúmeros conflitos, sequestros, assassinatos, sempre com ameaças abertas que são negligenciadas, segue de braços cruzados com relação a essa violência. Os governos do PT na Bahia, tanto no último mandato quanto no atual, não são apenas coniventes com essa situação como fortalecem os setores empresariais que são os nomes e sobrenomes por trás dos principais ataques contra indígenas e quilombolas por terra. É a conciliação de classes que fortalece a extrema direita, que usa como bandeiras a defesa de que indígenas e quilombolas não tenham terra.

Isso não é uma exceção, mas a regra, já que o Estado no sistema capitalista sempre está a serviço das classes dominantes, herdeiras das elites escravocratas que roubaram terras e vidas negras e indígenas, e agora se acham no direito de reivindicar alguma reintegração, contando com seu braço armado disposto a expulsar famílias de onde vivem, sem poupar violência, para manter terras vazias e ociosas para o lucro capitalista. É inaceitável que uma universidade federal como a UESC tenha essa postura.

Sem nenhum tipo de apoio ou mesmo da básica garantia de segurança, o Conselho Inter Territorial de Articulação das Comunidades Quilombolas do Baixo Sul e Litoral Sul da Bahia (CIACOQ) fez uma nota explicando e denunciando toda a situação, que pode ser lida na íntegra aqui. Os quilombolas também divulgaram a situação em redes sociais, buscando conseguir doações e apoio para enfrentar as consequência dos ataques sofridos por lideranças e sua família. Veja:

Nos do Esquerda Diário, MRT e Faísca Revolucionária manifestamos todo o nosso apoio aos quilombolas de Ilhéus em seu direito à terra e segurança.




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