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IMPEACHMENT | Burocratas sindicais fazem atos contra e a favor do governo Dilma

Adriano FavarinMembro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

sexta-feira 8 de abril de 2016 | Edição do dia

Nessa sexta-feira, às 17 horas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a CTB e outros movimentos sociais vão realizar um ato no Centro de Convenções do Anhembi, na zona norte de São Paulo com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para “reforçar agendas contra o golpe”.

Também hoje, às 14 horas, Paulinho (Solidariedade), dirigente da Força Sindical, organizará um ato no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) com a presença do ex-candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, e sindicalistas da UGT, CSB e CGTB para "acabar com essa impressão de que sindicalista é contra o impeachment, que todo mundo está alinhado com a CUT”.

Os organizadores de nenhum dos dois atos pretende reunir mais que mil pessoas. Estas manifestações de ambos os lados refletem a ligação umbilical desses sindicalistas com os projetos de poder e governo de setores da burguesia.

Os dirigentes da CUT e CTB, ligados ao PT e PCdoB, evitam combater o reacionário processo do impeachment com os métodos da classe operária de assembleias, greves e paralisações. Os ataques que o governo tem feito contra a maioria da população, como as dificuldades para conseguir o seguro-desemprego e o auxílio-saúde, a ameaça da reforma da previdência e da ampliação da terceirização, o pacto de responsabilidade fiscal com os Estados e os cortes na saúde e educação impede que os sindicalistas governistas possam garantir uma manifestação controlada e a serviço dos seus interesses de blindar o governo da revolta dos trabalhadores. Por isso, tentam conter qualquer possibilidade das massas tomarem às ruas. Na tentativa de defender “seu” governo, são incapazes de lutar seriamente contra o golpe institucional.

Já os dirigentes da Força Sindical, CGTB e CSB, ligados ao Solidariedade, PSDB, DEM, PSB e PPS, sabem que, apesar da insatisfação com o governo, o impeachment não é um anseio natural das massas trabalhadoras, e que elas estão muito mais preocupadas em barrar os ajustes e defender seus direitos e empregos do que dar carta branca para o Congresso Nacional de Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Essas reais necessidades dos trabalhadores, porém, nenhum destes sindicalistas tem o interesse de suprir. Muito pelo contrário, na defesa do impeachment esses burocratas discursam abraçados com Paulo Skaf, presidente da Federação dos Industriais do Estado de São Paulo (FIESP), abrem espaços nos seus carros de som para a família Bolsonaro e marcham de braços dados com a velha burguesia neoliberal da década de 90.

Cada uma dessas Centrais está atuando a serviço de uma saída burguesa para a crise política em curso. Os sindicalistas governistas pretendem construir uma unidade nacional em torno da nomeação de Lula como ministro, para tentar criar um ambiente mais demagogo, no qual os ajustes sejam aplicados com o anestésico da ampliação de créditos e falsas concessões. Já os sindicalistas anti-governistas da direita buscam retirar a presidente Dilma para emplacar um governo de unidade nacional envolvendo PSDB-PMDB e garantir mais espaço dentro da máquina estatal para disputar seus interesses contra a CUT, se apoiando na anestesia do impeachment para garantir o controle mais duro e feroz dos trabalhadores para que os ajustes e ataques passem mais rápida e duramente.

É preciso superar os freios impostos pelas burocracias governistas da CUT e CTB, mas também da UNE e do MST, para que os trabalhadores levem a frente uma luta consequente contra o processo reacionário do impeachment e por um plano de lutas que retome nossos direitos que foram retirados pelo PT e barre os ataques em curso de Dilma-Lula. Os trabalhadores também não podem confiar nas burocracias mafiosas da Força Sindical, UGT, CGTB e CSB, que hoje aparecem enquanto anti-governistas, mas que sempre estiveram e se mantém ao lado dos patrões, e que na hora de defender seus privilégios e interesses particulares, estarão na linha de frente para esmagar as lutas dos trabalhadores contra os ataques dos governos. A unica forma de colocar abaixo todo esse sistema político e toda a sua "democracia da bala e do suborno" é com o avanço de uma mobilização independente dos trabalhadores e da juventude para impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.




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