O apoio do presidente ao golpista serve como provocação a Maduro. O momento é considerado inadequado até mesmo para os militares.
terça-feira 4 de junho de 2019 | Edição do dia
Foto: Adriano Machado/Reuters.
Bolsonaro recebeu nesta terça-feira (4) as credenciais de Maria Teresa Belandria como embaixadora da Venezuela designada pelo autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó.
O gesto de dar as credenciais nas relações internacionais tradicionalmente significa o início da missão do embaixador a representar seu país em uma nação estrangeira.
O gesto foi desaprovado pelos militares e visto como uma provocação desnecessária em um momento em que se reduz a tensão entre os dois países e a perspectiva golpista perde seu fôlego, por hora.
A fronteira que liga Paracanaima, em Roraima, e Santa Elena Uairén foi reaberta semana passada depois de 3 meses fechada. Também foram retomadas conversas com o Governo Maduro para retomar a venda de energia elétrica ao estado, o único do país que necessita desse tipo de importação.
Tanto Bolsonaro quanto os militares buscam por uma via ou outra a submissão latino-americana ao imperialismo estadunidense. A disputa em questão é se isso será feito de uma forma mais violenta e golpista no curto prazo, como quer o presidente, ou de forma mais paciente, como quer a alta cúpula das Forças Armadas.
É necessário, por outra via, postular uma saída independente para o povo pobre e trabalhador venezuelano. Que supere o governo autoritário de Maduro e derrote as tentativas de ingerência imperialista. É preciso uma 3º via que coloque a perspectiva de uma ruptura com o capitalismo, de uma forma que o Chavismo nunca ousou com sua retórica socialista e prática capitalista.
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