No protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, metrôs e trens em SP, na última quarta-feira (10/01), a polícia militar de Tarcísio deteve 25 jovens na saída da estação República do Metrô. A acusação é absurda: associação criminosa e tentativa de abolir o Estado democrático de direito.
sexta-feira 12 de janeiro | Edição do dia
Dos 25 jovens detidos, sete foram indiciados por tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, associação criminosa e por corrupção de menores. Seis adolescentes foram detidos e autuados por atos infracionais análogos. As penas desses crimes variam de um a oito anos de prisão e pagamento de multa.
O grupo passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (11/1) e, segundo o Tribunal de Justiça, os sete adultos, sendo duas mulheres e cinco homens, tiveram a liberdade provisória concedida e terão de cumprir medidas cautelares até o encerramento da investigação: utilização de tornozeleira eletrônica, proibição de comparecer a manifestações com aglomeração de pessoas, permanecer em casa no período das 22h às 6h, não se ausentar da cidade sem autorização, manter endereço atualizado e comparecer mensalmente ao fórum. Já sobre os adolescentes, a assessoria disse que “não há informações a serem compartilhadas”.
A ação da PM, que alega ter atuado de forma “preventiva”, é parte do método coercitivo de garantir a política reacionária do governo privatista de Tarcísio, e mostra que o papel dessa instituição é defender e reforçar esse sistema de opressão, calando o descontentamento da população aos ataques que estão sendo implementados. Não esqueçamos da repressão aos manifestantes contra a privatização da Sabesp!.
Nos relatórios dos agentes das forças repressivas que efetuaram as detenções, policiais citam crimes do 8/1 como justificativa para prender os manifestantes. Trata-se de uma medida autoritária e truculenta, que se respalda em decisões como a deferida por Alexandre de Moraes após as ações de 8J, quando proibiu atos de rua. Nós do Esquerda Diário, uma mídia que se coloca ao lado dos interesses dos trabalhadores e setores oprimidos, rechaçamos cada uma das ações da extrema direita e também o autoritarismo aplicado pelo judiciário, alertando que todo o fortalecimento do poder repressivo do Estado capitalista se volta contra a esquerda e a classe trabalhadora quando se coloca em luta.
Nenhuma confiança no judiciário que em todas oportunidades se coloca ao lado dos patrões e seus governos! É preciso uma forte campanha de toda a esquerda, sindicatos e movimentos sociais para rechaçar a repressão de Tarcísio e Nunes, exigindo a retirada de todas as acusações contra os ativistas. É esse mesmo governo que demite e persegue metroviários que lutaram contra a privatização, em defesa dos interesses da população trabalhadora. É preciso a unidade entre a juventude e a classe trabalhadora para enfrentar as medidas repressivas e os ataques econômicos do governo, se organizando nos locais de trabalho e estudo e exigindo que sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais mobilizem as bases para derrotar Tacísio.
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