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USP
Zago e Alckmin iniciam o ano declarando guerra
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

Precisamos partir do avanço em nossa organização que conquistamos com a greve de 118 dias no ano passado e, com essas bandeiras, começar imediatamente a nos organizar a partir de cada local de trabalho, com reuniões de unidade e construindo paralisações e um forte plano de luta para barrar todas as medidas de desmonte que Zago e Alckmin já estão implementando, e nos somar aos demais setores para barrar os ajustes de Dilma.

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O Plano de Inventivo a Demissão Voluntária, PIDV, se encerrou, e a reitoria pretende, nos próximos 3 meses, fechar mais de 1400 postos de trabalho na universidade. É menos do que o objetivo inicial da reitoria (2.800), ainda mais porque teve que ser estendido a todos os funcionários, não só os mais antigos. Mesmo assim, como já dizíamos, é um ataque enorme aos trabalhadores – aumentando a sobrecarga, o adoecimento e os acidentes -, e à qualidade da educação e da universidade, com a precarização do seu funcionamento.

E agora, muito rapidamente, isso está ficando mais claro que nunca. Já nesse primeiro mês, na SAS, onde há anos os trabalhadores adoecem e se acidentam por falta de contratação suficiente, se anunciou o fechamento do restaurante da prefeitura do Campus (e há boatos de que possam fechar outros), e a suspensão de todas as matrículas deste ano nas creches! Ou seja, primeiro sucateiam para depois fechar e terceirizar como fizeram com o restaurante da química que já foi terceirizado e com parte das creches onde já se contrata por fundação, e o caminho para outros setores da USP não será diferente.

Ao passo em que encobre as denúncias de estupros e abusos contra as mulheres na Faculdade de Medicina, a reitoria e o governo atacam primeiro os setores mais oprimidos, como as crianças, e as mulheres, que mais precisam das creches, e são a maioria das trabalhadoras da SAS e das terceirizadas, que começaram a sofrer com os cortes e demissões desde o ano passado.

Além disso, na prefeitura do Campus se ameaça agrupar funções, e fundir com os serviços de manutenção das unidades. Ao mesmo tempo, aumenta a terceirização dos serviços prestados, que agora poderão ser contratados diretamente pelas unidades.

O Hospital Universitário é outra unidade já muito afetada: já havia filas enormes, e muita sobrecarga de trabalho, e com o PIDV alguns turnos de alguns setores ficam quase sem funcionários. A creche será simplesmente fechada. E mais de 20 trabalhadores que já tinham aposentadoria e aderiram ao PIDV foram surpreendidos com a demissão sem indenização! Em uma reunião na semana passada com os que aderiram ao PIDV, a reitoria foi questionada sobre a situação do hospital, e disse que logo viriam funcionários contratados pela secretaria de saúde. Querem implementar a desvinculação “por baixo”, sem precisar aprová-la.

No Centro de Saúde Escola–Butantã já faltavam funcionários, e população já amargava filas como a de 1.200 mulheres na espera de um simples exame Papanicolau, por falta de funcionários, e agora estão prestes a assinar um convênio com a prefeitura para entregá-lo para as “Organizações Sociais de Saúde” privadas (OSSs)!

Preparar já um plano de luta que unifique trabalhadores, estudantes e professores para barrar o desmonte da universidade!

Com os ataques se acelerando, precisamos acelerar também a nossa resposta. Não podemos esperar até a data-base (maio) para começar a nos mobilizar, porque Zago e Alckmin querem aproveitar o inicio do ano e o esvaziamento da universidade para impor as medidas de desmonte da universidade que iniciaram no ano passado.
Está claro que não há outra saída, nem meio termo: ou há reposição de todos os postos dos trabalhadores demitidos pelo PIDV – e inclusive mais contratações onde já eram necessárias -, ou a universidade vai ser desmontada. E a reitoria já deixou muito claro que quer fechar esses postos, para “enxugar” a folha de pagamento, com a desculpa da crise financeira, que quer jogar nas costas dos trabalhadores.
Além da luta pelas contratações, precisamos combater a terceirização; e a única forma de fazer isso é com os trabalhadores terceirizados do nosso lado, defendendo seus empregos, lutando por sua efetivação, sem necessidade de concurso público, pois já provaram, trabalhando, que estão aptos ao trabalho.

Para garantir essas medidas, é preciso continuar lutando por mais verbas públicas para a universidade pública e para toda a educação ao mesmo tempo em que exigimos a abertura de todas as contas da universidade.

Precisamos partir do avanço em nossa organização que conquistamos com a greve de 118 dias no ano passado e, com essas bandeiras, começar imediatamente a nos organizar a partir de cada local de trabalho, com reuniões de unidade e construindo paralisações e um forte plano de luta para barrar todas as medidas de desmonte que Zago e Alckmin já estão implementando, e nos somar aos demais setores para barrar os ajustes de Dilma. Os estudantes são os mais atingidos por algumas dessas medidas, como o fechamento do restaurante, e o fechamento de vagas nas creches, essenciais para a permanência das estudantes mães. Devemos construir uma forte aliança entre trabalhadores e estudantes desde já. Assim começaremos a construir um plano de luta unificado para defender nossas condições de trabalho e a própria universidade!

 
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