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ASSASSINATO DE ÍNDIO
Dep. Marun (PMDB-MS) defende fazendeiros presos por assassinato de índio em Dourados
Fabricio Pena

O deputado federal golpista Calos Marun (PMDB-MS), nesta sexta-feira (26), visitou os 5 fazendeiros presos por envolvimento com o assassinato de um índio e ferir a tiro gravemente outros 8 na cidade de Dourados. Como mostramos aqui, foram presos pela polícia federal apenas 44 dias após a expedição de prisão preventiva.

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Conhecido por ser da “tropa de choque” de Cunha, ao saber da prisão dos fazendeiros, o deputado prontamente noticiou sua ida para Dourados para conversar com eles. Após a conversa, gravou um vídeo ainda na frente do presídio, onde os inocenta e culpa Dilma pelo episódio.

Abaixo toda a fala do deputado, que durou 1min27seg:

“Estou absolutamente convencido de que não se trata de assassinos, se trata de produtores rurais que estão privados de sua liberdade, estão privados de seu direito de produzir, de cuidar de suas propriedades, em função de uma prisão preventiva que eu considero absolutamente injusta. Prisão preventiva é excepcional, aqui ela está sendo pratica sem que estejam presentes os mínimos requisitos que as justifique.”

“Eu, como deputado federal, vou atuar neste sentido. Estou convicto da inocência desses produtores rurais. Eles são vítimas tanto quanto o índio que perdeu a vida nesse conflito e, o grande culpado é o governo do PT, a presidente Dilma, que assinaram essa Portaria inconsequente, que no último dia do ’desgoverno’ de Dilma trouxe infelicidade e morte para o meu Mato Grosso. A culpada está sendo julgada em outro lugar, mas infelizmente esses homens estão aqui privados de sua liberdade.”

A Portaria que o golpista se refere é referente à demarcação de terras indígenas na região. De acordo com a Funai, os Guarani-Kaiowá foram expulsos de suas terras por volta de 1822, durante a chegada de produtores rurais de erva mate, muitos vindos do RS. Todo o território estudado, tem cerca de 55 mil hectares, onde vivem cerca de 5,8 mil pessoas. Porém, os povos originários da região vivem em apenas 3,5 mil hectares, confinados, vitimas diretas do roubo de terras, seguido do assassinato histórico e diário de seu povo.

Os herdeiros de terras roubadas, para Marun, são tanto vítimas quanto o índio assassinado, pois em sua busca desenfreada de defender os fazendeiros, chama o que ocorreu de “conflito”. O que o mesmo não cita é que o tal “conflito” foi entre 50 índios contra cerca de 300 capangas fortemente armado, com cerca de 40 caminhonetes e uma pá carregadeira. O deputado defende quem é acusado de armar todo este bando, formando uma milícia para novamente roubar essas terras de quem realmente tem o direito de ali viver.

Ao final da fala, Marun tenta passar a culpa para Dilma, dizendo que nada tinha que assinar a Portaria, e que este ato levou os fazendeiros a armar 300 capangas. O que torna claro o interesse do agronegócio no golpe institucional, ampliar o ataque aos povos originários, mais do que já acontecia com o governo Dilma-PT.

Este pensamento reproduzido por Marun é responsável diretamente para que o assassinato de milhares de índios em todo o país seja tratado como algo comum. É necessária uma forte campanha contra este tipo de pensamento em defesa do agronegócio construído à custa dos povos originários das Américas, assim como punir de fato, não com a parcialidade da Justiça dos ricos, todos esses assassinos e devolver a terra para seu povo.

 
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