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BOMBA ATOMICA
Hiroshima e Nagasaki: O maior atentado terrorista da história reforça a luta anticapitalista
Caio Silva Melo

Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 Hiroshima e Nagasaki foram alvo de duas bombas, a justificativa era acabar com a guerra mais sangrenta da história, mas sob os escombros da dominação americana o imperialismo surge com “duas caras”, da democracia mais perfeita e sua política terrorista. Em tempos de Estado Islâmico e da “vontade de justiça” contra aqueles que roubam e matam, as lições da história devem reforçar nossa luta contra a barbárie burguesa.

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As justificativas para que os Estados Unidos jogassem as bombas foram muitas, as mortes decorrentes da guerra superavam os 50 milhões, o terror imperialista imposto pelo Japão a China e outros países asiáticos, criando campos de concentração imensos na área mais populosa do planeta Terra, e a necessidade de demonstração militar frente ao avanço da URSS. Todos esses fatores foram explorados mais profundamente aqui . Mas desde então a máquina de guerra imperialista nunca mais parou.

Na década de 70 o marxista Ernest Mandel definiria essa máquina de guerra como “Economia Armamentista Permanente”. Já se foram quase 50 anos e o debate armamentista não terminou. No Brasil continuamos a debater a posse de armas por policiais e civis e os negros continuam a ser assassinados “acidentalmente” nas periferias. Israel continua presente enquanto força militar no Oriente Médio e as Forças Armadas continuam tendo papel político importante em diversos países.

As definições de Mandel do papel da guerra para os Estados Unidos e o desenvolvimento da economia capitalista não terminaram. Em tempos de Guerra Fria o armamento nuclear servia como “fiel da balança” entre as forças dos Estados Unidos e da ex-União Soviética. Depois da queda do “Muro de Berlim” a indústria militar cumpre um papel fundamental no avanço das forças produtivas do capital, da dinâmica da luta de classe e nas relações geopolíticas.

“GPS”, “Internet” e todas as tecnologias que propiciam que joguemos Pokémon Go foram desenvolvidas pela indústria militar norte-americana e da OTAN. Quando pensamos no desenvolvimento das tecnologias de repressão aos movimentos sociais, com “bombas de efeito moral”, “gás de pimenta”, “balas de borracha”, geram milhões a indústria militar. Os assustadores “caveirões” do Rio de Janeiro, que servem para reprimir a periferia carioca para que os Jogos Olímpicos ocorram em clima de paz reforçam o peso que essa indústria adquire hoje.

No âmbito internacional a estratégia da indústria de guerra surge em sua face mais sanguinária. Cada rifle produzido por fábricas russas ou americanas são colocadas para exterminar a população do Oriente Médio. Uma das características mais marcantes do Estado Islâmico é sua frota de Toyotas, uma multinacional japonesa que nunca se importou em estar do lado de quem lhe desse lucro, fosse o Japão imperialista na 2ª guerra mundial, fosse hoje. E a principal fonte de conflito no Oriente Médio, o petróleo, também é visto como recursos estratégico para fins militares, não a toa é uma das principais moedas de troca do governo golpista de Temer para que seu governo seja legitimado internacionalmente.

A guerra imperialista é extensão dos interesses da classe capitalista sob nosso mundo. Embora estejamos recuperando a memória dos ataques em 1945, é importante voltarmos na 1ª Guerra Mundial, quando a grande revolucionária Rosa Luxemburgo descreve as tarefas em torno do início dessa guerra. É quando ela formula a clássica o título “Socialismo ou Barbárie” para os desafios que os revolucionários encontrariam em torno da guerra imperialista.

Sobre a guerra, Rosa define: “Uma coisa é certa, a guerra representa uma mudança para o mundo. É uma tolice insensata achar que basta deixar acabar a guerra, como a lebre que espera o fim da tempestade embaixo de um arbusto para depois seguir tranqüila seu caminho. A guerra transformou as condições de nossa luta e transformou a nós mesmos radicalmente. Não que as leis fundamentais da evolução capitalista, o combate de vida e morte entre o capital e o trabalho, devam ter um desvio ou abrandamento. Mesmo agora, em meio à guerra, caem as máscaras e o velhos rostos que conhecemos tão bem nos olham rindo sarcasticamente. Mas após a erupção do vulcão capitalista, o ritmo da evolução recebeu um impulso tão violento que perto dos conflitos que irão surgir no seio da sociedade e perto da imensidão das tarefas que esperam o proletariado socialista de imediato, toda história do movimento operário até agora não foi mais que uma época paradisíaca.” [1]

Podíamos abrir uma discussão sobre o que significa a guerra dentro da moral burguesa da “democracia dos ricos”, mas o significado mais profundo da guerra imperialista é sua capacidade de dividir a classe trabalhadora. Primeiro nos dividem enquanto nações que combatem em “Estados” separados. Depois nos dividem enquanto subalternos que compraram ou não as leis desse Estado, “marginais” e esforçados, nosso destino sempre será a exploração, e as desgraças do capitalismo cairão de forma diferente para nós.

Foram 200 mil japoneses mortos em 1945 para que os Estados Unidos se comprometessem com a barbárie mundial, diferente da 2ª Guerra não vivemos mais a divisão do mundo, mas vivemos a divisão nas fileiras de luta dos trabalhadores. Nesse tempo o poder de dominação da burguesia cresceu em quantidade e qualidade mundialmente, mas seu número se reduziu abaixo do 1%. Hoje a classe trabalhadora compõe a maioria da população mundial, ou seja, o crescimento do capitalismo aumentou ainda mais o poder da classe trabalhadora. Contra a máquina industrial burguesa já somos mais de meio bilhão de trabalhadores nas indústrias e quase 4 bilhões de trabalhadores nos diferentes ramos. Para que superemos o capitalismo e sua barbárie cotidiana nossa união e independência dos burgueses é fundamental. Se lembramos dos milhares de trabalhadores japoneses mortos nessa data é para que lembremos que o “capitalismo não dá mais” e batalharemos por uma alternativa que consiga lutar contra esse sistema de miséria.

 
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