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FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
Capitalismo a favor dos pobres?
Jenifer Tristan
Estudante da UFABC
Carol Gasppareto
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A crise econômica, que por muitos anos era vista como "marolinha", hoje é inquestionável. Basta ir ao supermercado e tentar comprar itens básicos como leite ou feijão para ver que a inflação cada dia mais reduz os nossos salários, para não falar do desemprego, que no ABC está acima da média nacional, atingindo os 26%. Não é necessário nenhum estudo profundo, é a própria experiência prática que nos mostra que são outros tempos. É óbvio que frente a essa crise, os mais pobres e a classe trabalhadora de conjunto são os mais atingidos, justamente porque os grandes empresários e os patrões não querem reduzir seus lucros e, para mantê-los, precisam aumentar a superexploração e fazer com que sejamos nós a pagarmos por essa crise.

Mas sabemos que o ILISP não discute a realidade. Ficou claro isso quando se organizaram para atacar Jéssica Antunes, militante da Faísca, por ser mulher e ter uma posição firme contra o golpe institucional, ao mesmo tempo que não apoiava o PT, muito menos Sérgio Moro e o "Partido Judiciário". Depois foram novamente a loucura quando a Prof. Maíra Machado, pré-candidata a vereadora, gravou um vídeo denunciando o preço do feijão e defendendo que os salários deveriam aumentar conforme o aumento dos preços, uma defesa intransigente da classe trabalhadora, para que não seja ela a arcar com a crise econômica.

Sendo assim, eles devem teorizar sobre um mundo imaginário, divagar sobre um capitalismo que deu certo e, portanto, que não existe! Um capitalismo que não ergueu fronteiras entre os países e não deixou centenas de milhares de refugiados em condições de vida assustadoras. Um capitalismo que não se mantém com base no racismo, na LGBTfobia e no machismo. Um capitalismo que não deixa milhares de mulheres mortas por aborto clandestino, ou em que os operários não deixam suas vidas nas fábricas, sem pobreza ou miséria. Não se pode saber, exatamente, quão alucinante será o debate, será algo risível de acompanhar.

Liberalismo e Reformismo: é possível um capitalismo mais humano?

Apesar das diferenças entre o liberalismo como pensamento burguês, estabelecido a partir da ideia do livre mercado, e o reformismo, uma ideologia surgida no próprio movimento operário, como desvio e consequência das pressões a que a socialdemocracia se adaptou a partir da chegada ao parlamentarismo, ambas se encontram na utópica ideia de "capitalismo mais humano", menos selvagem e, por que não, "a favor dos pobres"?

Se as experiências do séc. XX não fossem capazes de mostrar o fracasso de ambas as ideias, poderíamos olhar para processos recentes, como Syriza, na Grécia, ou na Espanha. Aliás, não precisaríamos ir tão longe, já que o Partido dos Trabalhadores brasileiro sempre defendeu uma conciliação entre os interesses dos trabalhadores e os da burguesia, ao ponto de permitir o golpe institucional sem qualquer resistência, com medo de despertar o poderoso proletariado que uma vez em pé dificilmente poderia ser novamente adormecido.

Esses liberais defendem que fascismo e socialismo são a mesma coisa, querem igualar a imposição de uma minoria parasitária sobre uma maioria trabalhadora e explorada, por uma sociedade onde a maioria gerencia a economia, de acordo com as necessidades da maioria, elitizando radicalmente a sociedade, pois não existe um “capitalismo em favor dos pobres”, ele só pode existir a favor da SUPEREXPLORAÇÃO dos pobres.

O atual governo golpista, que os liberais do ILISP tanto apoiam e cujas medidas eles tanto elogiam, tem feito uma série de ataques desde as suas primeiras 24hrs de mandato, e nada se vê “em favor dos pobres”. A ideia vendida de acumulação progressiva de direitos caiu por terra, principalmente agora que o governo golpista quer, por meio dos seus ataques, fazer indiretamente uma destituinte, tirando os poucos direitos que conquistamos no final dos anos 80, como a aposentadoria, a CLT, as 8 horas de jornada de trabalho etc.

O capitalismo apodrece a cada dia mais, reatualizando frases como a de Rosa Luxemburgo que diz haver duas perspectivas "Socialismo ou Barbárie". Por isso é necessário se organizar, construir uma alternativa independente e Anticapitalista, no movimento estudantil, nos bairros e nos locais de trabalho, pois os liberais querem o benefício de suas contas bancárias sobre o suor de quem trabalha, querem arrancar os nossos direitos. O ILISP e o atual governo já mostraram o quanto o capitalismo é a favor: da superexploração, do trabalho precário, do racismo, do machismo, da LGBTfobia, do assassinato sistemático da população pobre e negra, da precarização da vida, e agora se diz, ironicamente, a favor dos pobres; essa nós nunca vimos em toda a história do capitalismo!

 
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