A Odebrecht foi escolhida para construir hidroelétricas no Peru, além da Rodovia Interoceânica Sul, que liga o país ao Brasil, e o Gasoduto do Sul, ainda em construção.
Também será detalhada na próxima fase da delação, uma situação em que a propina foi negociada diretamente com Ricardo Martinelli, o ex-presidente do Panamá, país onde a Odebrecht tocou, entre outras obras, o metrô da capital e uma hidrelétrica.
A Lava Jato avança para a America Latina
Esta fase da Lava Jato, envolvendo a empresa da Odebrecht, mostra que os países da America Latina serviram de balcão de negócios para esta grande empresa. O que ocorre com a Odebrecht, mostra como funciona o capitalismo, onde as grandes empresas compram e fazem negociatas com os grandes políticos para que estes governem de acordo com os seus interesses.
Por outro lado, mostra que hoje existe um giro à direita na superestrutura da America Latina, onde governos considerados pós-neoliberais estão cada vez mais sendo substituídos por governos mais alinhados com os interesses do imperialismo. Mostra também que o imperialismo através da Lava Jato quer ter o caminho livre na America Latina, por isso quer desmantelar as grandes empresas locais que são consideradas uma pedra no sapato para os imperialistas.
O que a operação Lava Jato quer é substituir um esquema de corrupção, por outros esquemas igualmente sujos. Sabemos que as empresas como a Shell, que estão por trás da operação Lava Jato, não são nem de longe honestas e querem um pedaço maior dos esquemas de corrupção que ocorrem na America Latina. A única maneira efetiva de combater a corrupção no Brasil, mas também em toda America Latina é através da ação independente dos trabalhadores de todo o continente.
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