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#BlackLivesMatter: a inspiração do norte que toca aqueles que lutam contra a violência policial
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.
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Em meio a uma das maiores crises já vividas pelo capitalismo, vemos grandes potências imperialistas passando por desastres políticos e econômicos. A União Europeia entrou em xeque e perdeu a Inglaterra, um de seus membros mais ilustres, e do outro lado do oceano os EUA estão vivendo uma crise profunda que a cada ano dá mostras de ataques dos capitalistas e respostas da juventude e dos trabalhadores. Iniciada em 2007 nesse mesmo país, a crise está cobrando um alto preço nos países mais “desenvolvidos”, colocando em evidência profundas contradições internas e atiçando os ânimos dos mais racistas e xenófobos, que respondem à dureza da situação internacional atacando os imigrantes, os negros, as mulheres e os LGBTs.

Os EUA são um país marcado por importantes lutas das massas negras em todos os momentos onde houve fortes confrontos de classe – como após a abolição da escravidão, passando pelas diversas formas que tomou a luta pelos direitos civis, até hoje com o ressurgir de movimentos massivos. Em um país central como esse e com essa experiência de conflito negro tão à flor da pele, acirrar a repressão contra a população negra como vimos nos últimos anos é uma questão do próprio imperialismo, que entende o poder de organização, mobilização e questionamento ao capitalismo que a luta contra o racismo pode trazer.

Tendo surgido no coração do imperialismo, #BlackLivesMatter (#AsVidasNegrasImportam) tem como eixo a denúncia da violência policial, em um país onde para cada jovem branco assassinado existem 2,5 jovens negros assassinados, uma situação similar à que vivemos no Brasil.

Figuras como Hillary Clinton (e em menor medida até Obama, ambos do Partido Democrata) vêm, nas últimas semanas desde que eclodiu o movimento mais uma vez a partir dos assassinatos de Alton Sterling e Philando Castile, demonstrando apoio às vítimas e tentando se aproximar do movimento, como se fossem grandes representantes da luta negra. Essa iniciativa é parte de uma tentativa de conter um movimento que pode ter o poder de, dentro da principal potência imperialista do mundo, expor as cicatrizes daqueles que confiaram na “representação” de Obama, daqueles que sabem que não devemos pagar por uma crise que não é nossa.

Como revolucionários, apoiamos intransigentemente esse movimento que demonstra o poder latente de uma luta forte contra o racismo. Ao mesmo tempo, é fundamental que o #BlackLivesMatter, junto com as marchas e ocupações, utilize cada vez mais os métodos da classe trabalhadora, como greves e piquetes. Se junto do importante ato de lembrar a importância de cada vida negra conseguirmos parar a produção e fazer os capitalistas pagarem pelo sangue derramado, levaremos mais longe a luta antirracista. Pois é preciso encarar a luta contra o racismo a partir de uma perspectiva anticapitalista, ou seja, revolucionária.

 
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