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ZIKA VÍRUS
Vacina contra o Zika vírus: a ciência competitiva e o descaso das indústrias farmacêuticas
Rafaella Lafraia
São Paulo

Apesar de ser uma doença que causa microcefalia e outros problemas neurológicos e de ter tido um aumento exponencial de casos nestes últimos anos, as grandes empresas farmacêuticas manifestam dúvidas em entrar na corrida para desenvolver uma vacina contra o Zika. Aquelas empresas que assim resolveram entrar como parceiras de institutos de pesquisas estimulam competição entre estes para ver quem é o primeiro a lançar. E neste meio que acaba sofrendo é a população que não tem os cuidados básicos necessários para prevenir tal doença.

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Foto: Thinkstock/GettyImages

Desde o final do ano passado, o Brasil virou foco de discussão internacional por inúmeros motivos. Um desses foi o aumento considerável de registros de casos de microcefalia no país e a relação dessa anomalia e de outros problemas neurológicos com a infecção pelo Zika vírus.

Para combater uma possível epidemia de âmbito global – já que o Brasil é o país sede dos jogos olímpicos este ano – cientistas brasileiros e de outros lugares do mundo focaram seus estudos no desenvolvimento de uma vacina para combater tal ameaça, como relata a Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma existirem mais de 35 projetos de pesquisa em andamento, envolvendo 21 instituições com parcerias entre empresas internacionais.

Dentre as parcerias, algumas se destacam pois apresentaram resultados determinantes sobre o vírus e fazem promessas de avanços nos testes das suas vacinas experimentais, para até o final deste ano. Como é o caso da parceria entre uma empresa de biotecnologia austríaca e o Instituto Pasteur, que, no dia 12, anunciaram que além de comprovarem que o Zika vírus causa microcefalia e outras alterações em bebês, também planejam iniciar os clínicos com uma vacina experimental nos próximos 12 meses. Outra promessa de testes clínicos com a vacina veio da parceria entre o Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde Brasileiro, e a Universidade Medical Branch do Texas, Estados Unidos. De acordo com [informações http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-05/saude-anuncia-para-novembro-testes-com-vacina-contra-virus-zika], a etapa de estudos clínicos em humanos desta vacina ocorrerá no começo de 2017 e tanto o Ministério da Saúde quanto a OMS tentam acelerar os andamentos destes testes. O Instituto de Pesquisa Walter Reed, do Exército dos Estados Unidos, também está realizando testes pré-clínicos com uma vacina contra o vírus da Zika. Apesar do baixo número de casos de infecção no país, o Departamento de Defesa assegurou que a tarefa se desenvolve "com rapidez" e tem como preceito auxiliar os países que com alto número de registros – 39 países e territórios da América, oito da Oceania e das ilhas do Pacífico e um de Cabo Verde – que são acompanhados pelos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.

Mesmo com todos estes avanços relevantes para a saúde pública mundial e para ciência de um todo, a indústria farmacêutica manifestava dúvidas em entrar na corrida para desenvolver uma vacina, já que para estes executivos não havia a necessidade desta forma preventiva, pois até a vacina ficar pronta muitas pessoas já terão imunidade ao vírus, o que diminuiria os lucros das empresas. O que confirma a real motivação destes burgueses: seu lucro, independentemente das condições da população.
Outro ponto relevante é que por trás destes avanços importantes para a saúde pública mundial e para ciência de um todo, está a ganancia de empresas privadas em lucrar com a doença que assola diversos países. Isso porque,como colocado aqui, a família trabalhadora e o povo pobre estão sendo vítimas de doenças que não precisavam existir já que a ausência de medidas preventivas para controle do mosquito vetor é resultado do abandono, pelos sucessivos governos, da saúde pública. Além disso, para ter um produto exclusivo no mercado, aquelas empresas privadas que participam das parcerias, estão estimulando a competição entre os institutos de pesquisa.

Ou seja, para realmente vencermos estas doenças precisaremos nos enfrentar com os governantes para que as medidas preventivas necessárias sejam realizadas, para que se reestatize o SUS sob controle dos trabalhadores e que toda a ciência seja desenvolvida em pró da saúde e bem-estar da população e não pelo lucro de poucos.

 
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