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PETROBRAS
Pedro Parente propõe a venda da Petrobras como resposta a crise
Marcella Campos
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Pedro Parente, o novo diretor-presidente da Petrobras indicado pelo golpista Michel Temer, concedeu na última sexta-feira entrevista ao The Wall Street Journal, periódico da Bolsa de Valores novaiorquina, onde anunciou quais serão os próximos "presentes" do governo brasileiro ao imperialismo. Esse entusiasmo todo com o imperialismo não é uma novidade para a figura de Parente, já que sempre esteve ligado a vários monopólios imperialistas, chegando a ser executivo da multinacional Bunge, líder do agronegócio e indústria alimentícia.

Otimizando e aprofundando a linha privatizante iniciada pelo governo Dilma, Parente afirmou que a empresa "voltará a ser séria", cortando gastos e vendendo ativos, o que significa na prática entregar as riquezas da Petrobras e atacar com maior força os trabalhadores da empresa, com mais demissões, como vem fazendo com milhares de terceirizados e com o programa de demissão voluntária para empregados diretos.

Na entrevista o presidente da Petrobras confirmou que a empresa recebeu três ofertas de compra para uma fatia da BR Distribuidora e que também estão negociando a venda de ativos de gasoduto de forma exclusiva com a gestora Brookfield Asset Management Inc., do Canadá, o que significa entregar a Nova Transportadora do Sudeste, unidade de dutos de gás natural, sem o governo golpista ficar minimamente constrangido com seu entreguismo e sequer encenar o teatro dos leilões de cartas marcadas, como na década de 1990.

A Brookfield Asset Management Inc., fundada como Brascan, fundo de investimentos do capital financeiro canadense, que tem como seus dois maiores acionistas o Royal Bank of Canada e o Bank of Montreal, no Brasil proprietária da Light, antiga distribuidora de energia elétrica que até os anos de 1960 dominou o sistema elétrico nacional, é desde 1899 um dos grandes exploradores dos ramos de transporte e energia no Brasil, que agora através do governo golpista pode fechar a "negociata dos sonhos".

As instalações do gasoduto que será entregue ao imperialismo são mais novas, o que implica em menor custo de manutenção. Além disso, tem lucro garantido, seja pela compra de energia elétrica ou pela obrigatoriedade da Petrobras de movimentar os gasodutos. Com os baixos custos de manutenção e a renda obrigatória paga pela Petrobras, é um verdadeiro presente brasileiro aos grandes monopólios imperialistas.

Sobre as dezenas de ações abertas para investidores americanos, como a Fundação Gates (Microsoft) e a gigante americana de fundos de renda fixa Pimco, que compraram ações da Petrobras na bolsa de Nova York, Parente mostrou que o governo golpista quer uma relação amistosa com o imperialismo, dizendo que “a história mostra que você faz acordos”. Acordos estes sempre benevolentes com os interesses estrangeiros e que recaem com peso nas costas dos trabalhadores.

A agenda de subordinação ao imperialismo, iniciado nos governos do PT, se aprofunda no governo golpista de Temer, que mesmo antes do golpe já era citado pelo WikiLeaks, como informante da embaixada americana e já com o golpe em curso nomeou José Serra, citado diretamente como defensor dos interesses americanos e imperialistas no Brasil, seu ministro das Relações Exteriores.

No inicio desse mês o governo anunciou a privatização dos terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Rio de Janeiro e no Ceará e das usinas termelétricas associadas aos terminais, conforme denunciamos aqui.

Pedro Parente também em entrevista aos americanos deixou claro seu apoio ao projeto de lei que desobrigaria a Petrobras a ter participação minima de 30% de qualquer projeto nos campos do pré-sal, já que isso traria um custo prejudicial a empresa neste momento de "restrições financeiras" e em meio a crise sem fim da Lava Jato, que através do judiciário vem cumprindo bem o papel de escancarar as portas abertas pelo PT e Serra para os interesses imperialistas sobre as nossas riquezas e a Petrobras.

Enquanto isso os sindicatos e as direções cutistas continuam com o velho discurso de defesa das nossas riquezas, mas que para nada se transforma em luta. Nem antes, nos governos petistas, e nem mesmo agora, com um governo golpistas que avança na entrega da Petrobras.

CUT e CTB são coniventes e auxiliadoras das privatização já que nada fizeram para barrar o golpe institucional, com claro interesse de avançar na exploração imperialista de nossas riquezas como saída para a crise financeira e aprofundar os ataques contra as condições de vida dos trabalhadores. Agora estas mesmas centrais sindicais discursam pela oposição "responsável", ou seja, nada de luta e de resistência a entrega da Petrobras com os métodos históricos da classe trabalhadora, greves, piquetes e manifestações.

A tarefa imediata é barrar o entreguismo as rapinas imperialista, mas essa batalha não pode se dar apenas com discursos e bandeiras. A Petrobras deve estar a serviço dos trabalhadores e da juventude, que sofrem diariamente com a precariedade dos serviços básicos e com as demissões e isso só pode se dar com um forte movimento aintiimperialista e para colocar abaixo o governo golpista de Temer, que impulsione uma assembleia constituinte que imponha não só nossas riquezas naturais e a Petrobras 100% estatal, mas que questione quem administrará a empresa, para que não seja mais colocada a serviço dos corruptos e exploradores imperialistas. Que aqueles e aquelas que todos os dias fazem a empresa funcionar possam decidir sobre os rumos da Petrobras juntos com a população, para acabar com as demissões e dar uma resposta a crise da Petrobras, resposta essa que não virá da Lava Jato, do governo golpista e dos imperialistas, mas sim pelas mãos dos trabalhadores.

 
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