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CASSAÇÃO
Votação nessa terça pode definir futuro de Cunha
Marcella Campos

Entre acordos para "limpar" o golpe, votação no Conselho de Ética da Câmara pode definir hoje se Eduardo Cunha sofrerá processo de cassação de mandato.

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Depois de 245 dias, sendo o processo mais longo do Conselho de Ética, e três adiamentos da votação depois de dada a entrada no pedido de cassação de Eduardo Cunha, nesta terça-feira (14), o Conselho de Ética da Câmara promete votar se é favorável ou não ao parecer do deputado Marcos Rogério (DEM), que pede a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha, por ter mentido em seu depoimento à CPI da Petrobrás sobre existência de suas contas na Suíça.

Cunha tenta evitar a todo custo que a votação sobre seu afastamento recaia sobre o plenário da Câmara, onde um bloco composto por PT, PC do B, PDT, Rede, Psol, DEM, PSDB, PSB e PPS, já indicaram votação contrária à sua permanência e contabilizam 218 dos 257 votos necessários para seu afastamento, outros 220 votos serão decididos no chamado "centrão" (bloco parlamentar informal que o próprio Cunha ajudou a criar). Como último recurso, Cunha tenta que uma manobra na Comissão de Constituição e Justiça, imposta por seus aliados Waldir Maranhão e Arthur Lira, para mudar as regras da votação no Conselho de Ética, permitindo assim, no máximo, que Cunha seja afastado por 3 meses do cargo, o que lhe seria um alívio, já que não perderia seu mandato e manteria seu foro privilégiado.

O medo de cair nas garras da Lava Jato junto com sua família faz com que Cunha aposte todas fichas que ainda dispõe, apesar disso, se vê cada vez mais cercado por aqueles que querem lavar a cara do golpe, o que o levou à perder o apoio do "centrão" e do palácio do Planalto. Mesmo com Cunha já tendo insinuado inúmeras vezes que se caísse poderia levar consigo muita gente importante, que tem as mãos tão sujas de corrupção quanto a dele, a avaliação dos peemedebistas é de que manter Cunha pode ser um preço alto demais a se pagar para o governo golpista de Temer que busca aplicar ataques sem suscitar maiores questionamentos e mobilizações sociais. Uma parte dos aliados de Cunha, inclusive, chegou a tentar lhe convencer de talvez sua renúncia do cargo de Presidente da Câmara apaziguasse o ânimo dos opositores, permitindo votar assim uma pena mais branda do que a cassação de seu mandato.
Como uma fera ferida e acuada, Eduardo Cunha procura uma forma de fuga que lhe permita salvar sua pele, mas o cerco contra ele se fecha cada vez mais. Ontem (13), uma força-tarefa da operação Lava-Jato protocolou uma ação civil pública contra ele e pede que o Presidente afastado da Câmara dos Deputados fique 10 anos sem direitos políticos além de devolver mais de R$ 5 milhões frutos de enriquecimento ilícito aos cofres públicos.

Conforme já viemos denunciando amplamente aqui no Esquerda Diário, o que fica evidente diante de toda essa podridão dos joguetes políticos é que nada disso é feito com uma preocupação real de combate à corrupção. A Lava-Jato, criada e manipulada constantemente para parecer um instrumento de "justiça implacável" já deixou claro que na verdade tinha como único intuito colocar no poder um governo que atendesse mais rápido do que fazia o governo petista aos desejos de setores da burguesia que precisam de ajustes nas políticas do país que facilitem o lucro dos grandes banqueiros e empresários num cenário de crise mundial. Mudanças nas regras de aposentadoria e nos direitos trabalhistas já começam à vir junto com uma onda privatista que tem como cereja cobiçada do bolo a Petrobrás. O que se busca com o cerco à Eduardo Cunha é limpar a cara do golpe aplicado, sugerindo um discurso de imparcialidade e trazendo legitimidade para que o golpismo de Temer possa atuar mais tranquilamente em fazer sangrar os trabalhadores.

Ao contrário do que sugerem setores da esquerda, como Luciana Genro (PSOL), não pode ser que a saída dos trabalhadores para a crise política seja por via dessa operação que visa beneficiar a burguesia e o imperialismo. No sentido contrário à essa lógica, acreditamos que a saída para os trabalhadores deve ser imposta pelas suas próprias forças colocadas na luta pela manutenção de seus direitos e contra esse governo e suas instituições golpistas, como é o caso do poder Judiciário. Propomos como saída que essa luta dos trabalhadores imponha uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana que questione as raízes da crise e esse regime que impõe ataques aos trabalhadores enquanto dá privilégios à casta de políticos como Eduardo Cunha.

 
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