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NEGOCIAÇÕES CENTRAIS SINDICAIS
CUT negocia com centrais golpistas e não prepara a luta contra Temer
Marcella Campos
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Que CUT e CTB nada fizeram para efetivamente construir uma resistência ao golpe já denunciamos muitas vezes. Assim como denunciamos que o PT, partido à qual a CUT é diretamente ligada, garantiu que faria uma "oposição responsável" ao governo golpista de Michel Temer.

Com pouco mais de uma semana do afastamento de Dilma os ataques aos trabalhadores vão passando pela porteira aberta pelo golpe, e a postura da CUT e do petismo continua a mesma, negar-se a colocar os trabalhadores no protagonismo das lutas para barrar os ataques e colocar abaixo o governo golpista, em detrimento da um calculo eleitoreiro para 2018.

Na última sexta-feira, os jornais Estado de S. Paulo e Folha, publicaram uma matéria onde noticiavam que a CUT e CTB, apesar de não aceitar negociar pautas com Michel Temer vão manter-se negociando uma pauta em comum com algumas das centrais sindicais que apoiaram diretamente o golpismo e que são diretamente apoiadoras de Temer assim como de Eduardo Cunha, como é o caso da Força Sindical, de deputado Paulinho da Força (Solidariedade - SP), além da UGT, Nova Central e CSB.

Como quem procura se defender, a CUT emitiu um comunicado oficial através de seu site, onde diz que "Não recuou e nem vai recuar" de sua posição de "não negociar direitos com Temer", alegando que a matéria veiculada nos jornais era tendenciosa para fazer parecer que haviam aceitado negociar com Temer. Alegam ainda que são contra a reforma da previdência e reafirmam o "compromisso com o Fórum das Centrais Sindicais, criado em 2010. Neste Fórum, debatemos os interesses da classe trabalhadora e levamos propostas para impedir retrocessos e retirada de direitos."
Mas que tipos de acordos de interessantes para os trabalhadores podemos esperar vindo destas centrais sindicais ligadas diretamente ao golpismo ou então passivas diante dele? Certamente nenhum consequente e que responda à tarefa de barrar os ataques vindos para satisfazer os patrões a banqueiros.

Além de não mobilizar suas bases para barrar o golpismo, a CUT e o PT se contentam em colocar em prática a tal oposição branda para evitar incendiar o país. Servir de freio para as mobilizações dos trabalhadores sempre foi a agenda histórica das burocracias sindicais e para o petismo, o que já ficava claro quando Lula foi levado em condução coercitiva para depor e, depois, do alto do caminhão de som na Av. Paulista, fez discurso de conciliação para convencer empresários e banqueiros de que era capaz salvar o governo Dilma, aplicar os ajustes necessários e de quebra segurar o ímpeto dos trabalhadores diante da luta de classes. Fez esse discurso para milhares de pessoas que estavam dispostas a lutar contra o golpe que naquele momento caminhava a passos largos.

Depois de tantos discursos vazios e sem colocar a luta de fato na prática, uma boa parte da população que é contra o golpe reacionário e que a principio lotaram os atos, foram se desmobilizando, enquanto aqui e ali o petismo já mostrava que flertava com saídas que passavam bem longe de se apoiar nas lutas, como as distantes eleições de 2018.
Entre escolher se apoiar na imensa base de trabalhadores hoje vinculados à seus sindicatos, ou continuar insistindo nas alianças eleitoreiras ou das cúpulas do poder o agora ex-governismo prefere a segunda opção, ainda que isso signifique entrar em alianças com aqueles que hoje lhes golpeia. Nem mesmo as eleições municipais deste ano, com o golpe ainda fresco na mente das pessoas, foi capaz de fazer o petismo agir com alguma dignidade diante daqueles a quem acusava de golpismo, vide a declaração do presidente do PT de que o PT não proibirá alianças com o PMDB ou outras siglas para o pleito deste ano, com a única condição de que os candidatos não tenham defendido o impeachment publicamente.

Foi justamente por se apropriar dos métodos de governar dos partidos burguesia que o PT fortaleceu a direita que criou corpo e lhe tirou do poder para implementar muito mais rapidamente os ataques necessários para satisfazer a burguesia em tempos de crise econômica, mas o petismo, por sua própria lógica de existência. é incapaz de romper com essa realidade.

Por isso, para os trabalhadores, a única saída para realmente lutar contra os golpistas e seus ataques não pode estar na aliança com esses setores reacionários, pelo contrário, é necessário colocar abaixo esse governo e impor através das lutas uma assembleia constituinte livre e soberana que questione de cima a baixo esse regime que nutre a corrupção e a exploração.

 
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