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MULHER
A figura de Marcela Temer e a ideia de que o ‘lugar da mulher não é na política’
Cristina Santos
Recife | @crisantosss

Mais uma vez a figura de Marcela Temer aparece nos meios de comunicação fazendo alusão a que o lugar da mulher não é na política.

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Logo após consumado o Golpe Institucional, uma notícia que correu o mundo foi o fato do novo congresso que acabara de destituir a primeira presidente mulher do país ter apresentado seus novos membros sem nenhuma representante mulher e nenhum negro.

Sem ir muito longe, hoje pela manhã em um jornal de Brasília encontramos uma notícia em que diziam que “várias críticas foram feitas ao governo do presidente Temer pela falta de uma mulher à frente de um ministério. Por sí só, a beleza de sua mulher, Marcela (foto), como primeira dama do país, já representa muito bem o charme e elegância da mulher brasileira”.

Não dá para medir quanto machismo carrega tal afirmação. Primeiro voltamos ao artigo que a Veja soltou no dia 18 de Abril, vangloriando os atributos de Marcela Temer como “Bela, Recatada e do Lar”, claramente vendendo um ideal conservador da figura feminina e que ignora todas as lutas das mulheres pelo direito ao trabalho, ao corpo. A nota do jornal de Brasília é a reafirmação da nota da Veja, pois leva a pensar que as mulheres não precisam fazer parte da política, elas só precisam ser belas, charmosas e elegantes, já que diz claramente que são estes atributos que representam a mulher brasileira.

A notícia veio (ainda bem) carregada de um bombardeio de internautas indignadas e indignados com a posição do jornal, que publicou um pedido de desculpas e suspendeu o colunista.

Mas o que nem a nota de pedido de desculpas do jornal de Brasília e nem os meios imperialistas falam sobre o conservadorismo do atual congresso, é que além de não possuir nenhuma mulher, negro ou índio, este congresso é composto apenas de filhos das velhas famílias de oligarcas, coronéis, latifundiários, banqueiros e representante da podre igreja católica. Esqueceram de colocar que não por acaso, uma das primeiras medidas do governo golpista de Michel Temer foi abolir Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, mostrando claramente que o novo congresso está à altura de seus objetivos de acelerar os ataques aos direitos democráticos dos setores mais oprimidos da sociedade.

Nós não temos ilusões de que a presença de membros mulheres, negros e índios dariam um caráter mais progressista a este governo, assim como o fato da Dilma ser uma mulher não a impediu de governar para os empresários e atacar os trabalhadores e as mulheres. Seria somente uma tentativa de apaziguarem a opinião pública, tentando tapar seu conservadorismo golpista com tintas de representatividade. Não concordamos com as direções dos movimentos de mulheres petistas que defendem que nossa luta deve ser simplesmente para colocar mulheres em cargos de poder. O que sim vemos é que temos que nos organizar para pôr de pé um verdadeiro movimento de mulheres no nosso país para lutar junto com a classe trabalhadora e os demais setores oprimidos para não permitir que avancem nenhum centímetro sobre nossos direitos.

 
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