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GABINETE GOLPISTA
Temer e novo ministro da justiça já divergem (sobre a justiça, não sobre a repressão, claro)
Marcella Campos

Com o governo golpista de Michel Temer ainda se configurando começam a aparecer os primeiros sinais de que a aliança entre PMDB e PSDB tem apenas um ponto inabalável, que é atacar de forma mais dura e rápida a população, como ficou claro já nos primeiros dias do governo interino, tanto nas propostas de reforma da previdência como também nas declarações do ministro da justiça que será duro com os movimentos sociais, "moção" acatada no mesmo dia pelo seu ex-chefe, Geraldo Alckmin, que promoveu prisões ilegais de secundaristas.

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Neste segunda-feira Temer correu para esclarecer que não irá acatar o conselho do novo Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB-SP), que em entrevista declarou que o poder do Ministério Publico é grande, mas não pode ser absoluto e por isso o Presidente da República, respaldado constitucionalmente, não precisa nomear para o cargo de procurador-geral da República o mais votado entre 3 nomes que são indicados pelo Ministério Publico.

Tradicionalmente, desde o primeiro governo Lula, o procurador-geral da Republica é escolhido pela presidência através da lista tríplice com os mais votados pelo Ministério Publico. Essa pratica é elogiada pelo MP, com o argumento de preservar a independência da instituição frente ao governo, além de passar um verniz democrático para legitimar a escolha. Na verdade, como pano de fundo desenvolve-se maior autonomia deste poder, que tal como todo "partido judiciário" busca se desvencilhar de qualquer controle democrático externo e arvorar-se árbitro na política nacional.

A decisão sobre o novo procurador-geral da República só poderá ser tomada por Temer após o Senado afastar definitivamente Dilma e oficializar o golpe. Atualmente o cargo de procurador-geral da Republica está com Rodrigo Janot, indicado por Dilma em setembro do ano passado. Com cinismo o presidente interino vem tentando dar um ar de isenção ao prosseguimento do processo de impeachment, como se já não fosse claro que por interesses e acordos o golpe se consolida.

A negativa de Temer se dá por entender que essa sugestão do ministro da justiça, para que ele não seguisse a lista tríplice, visa um controle maior sobre o que faz a justiça e para fortalecer ainda mais um judiciário arbitrário e golpista, maquiado de grande punidor de corruptos, com sua Lava Jato, mas que até agora deixou claro que não atingirá também o PSDB e colocando em risco os vários políticos pmdebistas citados na operação, que agora ocupam cargos em seus ministérios.

São os primeiros sinais de que a unidade entre PMDB e PSDB no governo golpista não se dá sem contradições, ainda que tenham um objetivo final em comum de fazer os trabalhadores pagarem pela crise, com mais cortes e ajustes mais rápidos. Essas divergências podem se aprofundar na condução dos ataques, como já afirmou Fernando Henrique Cardoso, ao deixar claro que este não é o governo do PSDB e que o partido não se furtará de ser oposição do governo Temer caso achem necessário.

Enquanto os setores da burguesia e o governo golpista correm para se organizar e definir de onde e como aplicarão mais ajustes, cortes e ataques, aos trabalhadores não cabe nenhuma confiança de que será pela via desta justiça arbitrária e da Lava Jato que seus direitos serão preservados e a corrupção institucionalizada será extinta. Para isso é necessário uma assembleia constituinte livre e soberana, imposta por mobilizações de massas inspiradas na radicalização da juventude que hoje se levanta em todo país para defender a educação.

 
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