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POR UMA GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO
10 ideias para avançar na luta das universidades estaduais paulistas
Tatiane Lima
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

Os secundaristas mais uma vez mostraram o caminho, e agora a luta das universidades estaduais paulistas começou a ferver. Quais passos devemos dar rumo a uma greve nacional da educação contra os ajustes do governo golpista de Temer e de todos os governos estaduais?

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Os secundaristas mais uma vez mostraram o caminho, e agora a luta das universidades estaduais paulistas começou a ferver. Quais passos devemos dar rumo a uma greve nacional da educação contra os ajustes do governo golpista de Temer e de todos os governos estaduais?

1. O governo golpista de Michel Temer tem como objetivo implementar ajustes ainda mais duros e cruéis do que o governo Dilma vinha implementando. Foi o próprio PT que abriu espaço pra essa direita e se negou a lutar seriamente contra o golpe institucional. CUT, CTB e UNE foram pelo caminho do "showmício" e da negociata. É preciso fortalecer os métodos da classe operária e da juventude para enfrentar agora os ajustes deste governo golpista e o avanço da direita: greve, ocupações e cortes de rua.

2. Unificar a luta na USP, na Unesp e na Unicamp, coordenando estadualmente, para avançar na unidade com a luta dos secundaristas é um primeiro passo fundamental para avançar a mobilização. Para isso é fundamental que a luta nas universidades estaduais não somente se solidarize com os secundaristas em sua luta por merendas contra o governador Geraldo Alckmin, mas levante consignas que busquem a unificação imediata e rechaçando toda a repressão que os secundaristas estão sofrendo com as desocupações de escolas. Não estamos lutando apenas pelas nossas demandas, mas também contra todos os cortes na educação. Para isso, medidas concretas de luta unificada são fundamentais, como o ato que está sendo chamado para o dia 18 de maio. Ao mesmo tempo é preciso enfrentar os setores corporativos como entidades do Fórum das 6 que se negaram a unificar a mobilização estadual das universidades do dia 16 de maio com os secundaristas, ou mesmo como o DCE da USP (dirigido pelo Juntos!) que foi contra votar a moção "contra os cortes da educação" na Assembléia Geral.

3. NA USP a consigna que unifica estudantes, trabalhadores e professores nas universidades é a contratação, que está congelada desde o início da gestão de Marco Antônio Zago. Contratar novos funcionários permitirá diminuir a sobrecarga aos funcionários atuais, impedir a terceirização do trabalho, defender os empregos e lutar para que importantes unidades de serviço da USP, essenciais ao funcionamento da universidade, como os bandejões, as creches, a Escola de Aplicação e o Hospital Universitário, que conta agora com o grande apoio dos estudantes da saúde. contra a desvinculação. Ao mesmo tempo, a contratação de professores é urgente, para retomar pesquisas, disciplinas, acabar com a superlotação de salas de aula e evitar que algumas habilitações deixem de abrir turmas já no ano que vem. Além disso, trabalhadores e estudantes estão contra o desmonte, o arrocho salarial, por permanência estudantil e cotas já.

4. Na Unicamp, com uma forte mobilização, greves e paralisações em diversos institutos e faculdades, os estudantes estão ocupando a reitoria contra o plano de cortes, por uma verdadeira política de cotas étinico-raciais, pela ampliação da moradia estudantil, permanência para toda a demanda e também contra o golpe institucional aplicado pela direita. Nas assembleias e debates propomos um comando de representantes de base para democratizar, expandir e unificar, não só os estudantes da UNICAMP, mas também a luta com os estudantes da USP, UNESP e secundaristas que também se mobilizam contra os ataques e a ação violenta da polícia do governo Alckmin. O reitor da UNICAMP, antes mesmo de qualquer negociação, expediu um mandato de reintegração de posse do prédio. Tadeu se utilizará dos mesmos métodos do governo do Estado? Reafirmamos a força do nosso movimento e que, assim como os secundaristas, resistiremos à essa política do medo e ameaças que são incapazes de nos parar.

5. Na Unesp com paralisações em vários campi, já se iniciou a greve estudantil em Franca e temos o indicativo de greve em Assis para essa semana. Os estudantes estão mobilizados principalmente pela permanência estudantil, contra a repressão, contra os cortes na extensão e por contratação de professores e funcionários. Em todos os campi da Unesp há um cenário de profundos cortes em áreas importantes, inclusive na permanência estudantil o que por um lado compromete a vida acadêmica de milhares de estudantes e por outro revela um profundo racismo institucional justamente por que cresce o numero de estudantes cotistas na universidade – conquista da greve de 2013 que derrubou o PIMESP- que em geral dependem das políticas de permanência para seguir os estudos. Coordenar todos os campi da Unesp para se unificar estadualmente é decisivo no avanço desta mobilização. À exemplo de 2013, precisamos construir um movimento estadual no qual as demandas das moradias, da permanência, dos cursinhos, dos coletivos negros etc. se expressem num mesmo punho e numa mesma tática estadual unificada para golpear a reitoria.

6. As mobilização nestas três universidades tem a tarefa fundamental de defender o Sindicato dos Trabalhadores da USP que está sendo ameaçado de despejo pela Reitoria da USP, que tem como objetivo acabar com o que chama de "dinâmica de sindicalismo" na universidade, não podemos deixar passar este enorme ataque à organização dos trabalhadores. É preciso lutar fortemente contra toda a repressão. A grande história de combatividade de uma categoria que lutou fortemente durante todos os anos de lulismo, com os elementos de classismo que construiu durante este período, se apoiando na grande luta estudantil pode se alçar como uma voz proletária nacional para que não sejam os trabalhadores e a juventude a pagarem pela crise.

7. Defender a auto-organização dos estudantes e trabalhadores em meio ao conflito é decisivo para levá-lo à vitória. No Sintusp, já há um Comando de Greve eleito pela base nas unidades. É fundamental que sejam os próprios estudantes e trabalhadores em luta que tomem pra si a direção da greve expressando desde a base a vontade, e que os DCE´s dirigidos na USP e na Unicamp pelo PSOL organizem o Comando de Greve, e que avancemos pra um Comando de Greve Estadual.

8. Bandeiras fundamentais estão sendo levantadas por estudantes e trabalhadores mas é fundamental avançar para a defesa de um programa que possa responder à crise das universidades. Precisamos questionar a estrutura de poder e acesso, precisamos lutar pelas cotas raciais rumo ao fim do vestibular, precisamos lutar para colocar fim a este anti-democrático Conselho Universitário, impondo através de uma Estatuinte Livre e Soberana um governo tripartite com maioria estudantil. Avançar para lutar contra a privatização e precarização do ensino, mais verbas para educação e estatização de todas as universidades privadas sob controle da comunidade universitária. Queremos universidades a serviço dos trabalhadores e do povo pobre.

9. E para além das demandas motoras da greve, devemos abertamente fazer um chamado nacional a construir uma greve geral da educação com a consigna "contra os cortes na educação do governo golpista de Temer e todos os governos estaduais". Precisamos nos dirigir às greves do Rio de Janeiro que já duram meses, aos mais de 40 escolas ocupadas no Ceará, às mais de 19 escolas ocupadas no Rio Grande do Sul, aos professores em todo o país. Que a greve das universidades estaduais paulistas possa se colocar como impulsionador deste chamado nacional para enfrentar na luta de classes os ajustes deste governo.

10. Nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, que impulsionamos junto com independentes a juventude Faísca, o Movimento Nossa Classe, o grupo de mulheres Pão e Rosas. Que compomos a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP, o Centro Acadêmico de Letras da USP (CAELL), o Centro Acadêmico de Educação da USP (CAPPF) e o Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp, em vários campi da Unesp, locais que estão na linha de frente da mobilização com dezenas de companheiros independentes cumprindo papel decisivo no avanço desta luta. Estamos colocando todas nossas forças para que esta luta seja vitoriosa e possa impulsionar uma luta nacional. Colocaremos o Esquerda Diário, uma mídia dos trabalhadores, a serviço desta luta e aberta a todos os lutadores e lutadoras. Consideramos que em meio a este processo de enfrentamento com o novo governo golpista de Temer nossa alternativa não poderá ser o retorno do PT, que já mostrou a que veio. Por isso, consideramos que será necessário, em meio a esta luta contra os ajustes avançar para impor, pela força da mobilização, uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana para avançar em resolver os problemas de fundo do país, incluindo todos os problemas que temos na educação. Chamamos todos que queiram conhecer nossa perspectiva e defender essas idéias a se juntar conosco nesta apaixonante luta pela educação.

 
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