Fotos: Rovena Rosa/Agência Brasil
Márcio França (PSB), vice de Alckmin em seminário no Guarujá declarou que a ocupação do Centro Paula Souza por estudantes que reivindicam educação de qualidade e merenda para que possam seguir estudando, assemelha-se a tática utilizada pelo nazismo durante o fim da 2ª Guerra Mundial, e que esta estaria ligada ao impeachment de Dilma, e não à política nefasta desse governo que ano passado já enfrentou ocupações contra o fechamento de escolas regulares em todo o Estado de São Paulo e que serviu de exemplo para todo o país.
Pouco tempo depois das declarações estúpidas do vice-governador, a justiça, que vem mostrando cada dia mais de que lado está, através do desembargador Rubens Rihl, concedeu liminar ao Estado de São Paulo e à Polícia Militar que permite o uso de armas para a repressão contra estudantes secundaristas que ocupam o prédio do Centro Paula Souza em São Paulo.
Com essa decisão, a ordem expedida pelo juiz Luis Manual Fonseca Pires, que proibia o uso de armas contra os adolescentes, ficou superada, e o governador Geraldo Alckmin, ladrão de merenda, mostrou mais uma vez que está disposto a jogar sua polícia com bombas, cassetes e balas para bater em crianças e defender seus privilégios de corrupto, e os estudantes é que usam táticas fascistas segundo seu vice...
São mais de 14 ETECs ocupadas e duas diretorias de ensino, com o mesmo objetivo: reivindicar a merenda para as ETECs que nunca tiveram e para as escolas onde ela está sendo cortada, uma vez que as verbas destinadas a esse fim foram desviadas.
O escândalo do merendão, como ficou conhecido, tem sido alvo de inúmeros protestos dos secundaristas desde o início do ano, além de torcidas organizadas e setores populares que se indignam com a falta de alimentos aos milhares de alunos que frequentam o ensino público e muitas vezes fazem dessa a única refeição do dia.
Não é de se espantar que tal declaração tenha saído da boca de um representante deste governo que por ordem judicial pode reintegrar o Centro Paula Souza, usando a violência policial cotidiana e já conhecida pelos jovens nas periferias todos os dias. O mesmo governo que também possui um secretário da educação (Nalini) que declarou recentemente que a educação não pode ser responsabilidade do Estado, e que hoje retira das escolas públicas materiais básicos como papel higiênico, impressora, papel sulfite, além da precária condição dos professores, que recebem salários miseráveis e tentam exercer sua função docente com salas cada vez mais superlotadas.
Tais declarações e a ação combinada da justiça e polícia a favor do Estado servem para moldar a opinião pública frente ao enorme impacto positivo que as ocupações dos secundaristas têm nesse momento no país, pois mostram que o caminho correto é a luta e a resistência para botar de joelhos os governos e os patrões, e assim reprimir de forma dura os lutadores. Portanto, não nos deixemos enganar com tais mentiras, tática nazista é a da polícia que quer reprimir com balas e bombas os estudantes em luta.
Sigamos em apoio ativo aos bravos secundaristas que mais uma vez são exemplo de resistência neste país, que mostram as burocracias estudantis da UMES, UBES e companhia, entidades que foram incapazes de articular qualquer luta séria contra os reacionários do impeachment e mais ainda contra os ataques dos governos, como se luta de forma independente e combativa. Unificar às lutas rumo a greve geral da Educação!
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