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ANIVERSÁRIO
Karl Marx e seu legado internacionalista
Jazmín Jimenez
Emilio Salgado

Há 198 anos nascia Karl Marx, o fundador do socialismo científico. Um dos teóricos mais prolíficos, militante toda sua vida, uma das grandes personalidades da história. Sobre seu vasto legado elegemos nos concentrar no ‘internacionalismo’, aportando alguns elementos marxistas às discussões que atravessam a esquerda argentina, por ocasião do 1º de maio.

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Notas:
1. Nos referimos ao Manifesto Comunista publicado em fevereiro de 1848, escrito por Marx e Engels a pedido da Liga dos Comunistas da qual eram militantes.
2. Se refere à guerra civil dos Estados Unidos (1861 – 1865). Os dois bandos que se enfrentaram foram as forças dos estados do Norte (a União) contra os recém formados, Estados Confederados da América, integrados por onze estados do Sul, que proclamaram sua independência. Foi uma luta entre dois tipos de economia, uma industrial-abolicionista (Norte) e outra agrária-escravagista (Sul).

“Proletários de todo mundo, uni-vos!” não é somente um grande final para um grande livro(1), encerra talvez sua principal ideia política em forma de programa. Por isso Marx, como Engels, fizeram esforços gigantescos para colocar de pé uma organização internacional de trabalhadores, e em 1864 foram parte da fundação da Primeira Internacional. Esta era a expressão da ideia, colocada anos antes no Manifesto Comunista, de que “a luta dos trabalhadores é nacional por sua forma, mas internacional por seu conteúdo”, um dos mais importantes aportes programáticos do marxismo à história do movimento operário.

A crise que atravessava o capitalismo nesse momento e as tentativas da burguesia para descarregá-la sobre os trabalhadores, havia reavivado a luta e a organização do movimento operário, sobretudo da Inglaterra e da França. Assim, na década de 1850, surgiram na Grã-Bretanha, os Trade Unions (sindicatos), que tomavam tanto demandas sindicais como políticas (como o direito ao voto e poder ser eleitos). Marx e Engels sempre buscaram se fundir com a vanguarda de luta do momento que, além da sua ideologia, lutava pelos direitos dos trabalhadores. Faziam com a intenção de agrupar todas as organizações operárias reais existentes no mundo e infundir-lhes uma consciência comunista mais clara quanto aos seus objetivos e os meios de ação que deviam tomar para alcançar estes objetivos. O internacionalismo de Marx não era entendido como uma ideia abstrata, moral ou dogmática, senão como uma necessidade estratégica para a luta dos trabalhadores.

Convencido pelo fato de que ignorar a solidariedade e a organização que deve existir entre os operários dos distintos países só podia levar a um fracasso de todos os esforços que se fizeram dentro das fronteiras nacionais, colocava que o movimento operário teria que seguir com atenção a política exterior. A libertação da classe operária não pode se realizar se as classes que a dirigem aproveitam os prejuízos nacionais para enfrentar os operários dos distintos países, derramar sangue dos povos nas guerras e desperdiçar suas riquezas. Marx logo veio a ser o principal orientador da Internacional, escreveu seus principais documentos, seus manifestos e estatutos. Foi “a alma desta organização” – como dissera Lenin – que unificou o movimento operário dos diferentes países. Enquanto combatia as teorias das diversas correntes operárias que existiam dentro da Internacional, como as anarquistas e socialistas utópicas, entre outras, as orientou para um canal de atuação conjunta. No Manifesto Inaugural enfatiza todos esses princípios internacionalistas: “Não tem sido a prudência das classes dominantes, senão a heroica resistência da classe operária da Inglaterra frente à criminosa loucura daquelas, que tem evitado a Europa Ocidental em ver-se precipitada em uma infame cruzada para perpetuar e propagar a escravidão além do Oceano Atlântico(2). A aprovação descarada, a falsa simpatia ou a indiferença idiota com que as classes superiores da Europa têm visto a Rússia apoderar-se do baluarte montanhoso do Cáucaso e assassinar a heroica Polônia (...) tem ensinado os trabalhadores o dever de iniciar-se nos mistérios da política internacional, de vigiar a atividade diplomática de seus respectivos governos, de combatê-la, se necessário, por todos os meios de que disponham; e quando não se possa impedir, unir-se para lançar um protesto comum e reivindicar que as leis sensíveis da moral e da justiça, que devem presidir as relações entre os indivíduos, sejam as leis supremas das relações entre as nações. A luta por uma política exterior deste gênero forma parte da luta geral pela emancipação da classe operária”.

“Proletários de todo o mundo, uni-vos!”. Que há tantos anos escrito o Manifesto Comunista e da Primeira Internacional, a frase “a luta de classes é nacional por sua forma, mas internacional por seu conteúdo” seja parte do discurso que terminou o ato do 1º de maio em frente a embaixada do Brasil, cuja mensagem foi que os revolucionários de hoje devemos colocar um combate ao golpe institucional no Brasil e contra os ajustes; e apoiar a luta de classes que estão fazendo os jovens e a classe operária na França, expressa que o legado internacionalista de Marx começa a ser retomado.

 
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