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GREVE PROFESSORES RJ
Professores em greve do RJ: a nossa vitória é ao lado dos estudantes que ocupam as escolas
Carolina Cacau
Professora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe
Ronaldo Filho
Professor da rede estadual do RJ

Desde dia 2 de março, os professores e funcionários das escolas estaduais do Rio de Janeiro encontram-se em greve. São 2 meses resistindo a morosidade das negociações e a demagogia do governo, e mobilizando-nos em meio a um cenário político marcado pelo golpe institucional. Nesse cenário o que tem fortalecido com muita importância a nossa luta são as ocupações nas mais de 73 escolas pelo estado, protagonizada pelos estudantes.

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A SEEDUC e o Governo do Estado fizeram várias promessas nas reuniões de negociação, mas não podemos arregar dessa greve enquanto não são publicadas todas as ações no Diário Oficial. Será uma conquista parcial a eleição por voto paritário para as direções das escolas, porém temos que lutar para que seja voto universal e que a grande luta dos estudantes que tem dado uma aula de como cuidar das escolas, como discutir educação, se expresse na votação para a direção das escolas. Quem tem que decidir são em sua maioria os alunos e devemos pressionar pra que ocorram já no próximo semestre efetivando essa conquista. Além disso, se efetivam-se serão conquistas importantes a questão da regulamentação das 30 horas para funcionários administrativos, o aumento da carga horária para mais de 1 tempo para Sociologia e Filosofia, regularizar o enquadramento dos professores pela progressão na carreira que o Estado está devendo desde 2013 e que mesmo assim será parcelado e só será pago no ano que vem.

Estas promessas podem ser grandes conquistas na pauta pedagógica, mas para nada devem significar sinalizar o final da greve, enquanto a SEEUDUC segue atacando as ocupações junto as direções das escolas e o movimento Desocupa. São muitos os colégios que estão sofrendo pressões, ataques, perseguições, boicotes como desligar a recarga do bilhete único, cortar a luz nas escolas como foi no C.E. Chico Anysio, no Andaraí, cortar a água como no C.E. Heitor Lira na Penha ou ainda as bombas arremessadas contra o colégio C.E. Pandia Calógeras em São Gonçalo. A SEEDUC declarou férias nas escolas ocupadas e que estes alunos podem ser transferidos para “ter aulas” em outros lugares, escolas provisórias. Um ataque confuso que vai criar mais de um calendário na rede estadual, numa clara tentativa de desmantelar as ocupações nas férias, passando por cima da deliberação dos professores que votaram cancelar o calendário e só retomar após a greve.

Além disso a SEEDUC disse que dará uma verba extra de R$ 15 mil reais para escolas, uma quantia totalmente insuficiente e que ainda assim cairá nas mãos das mesmas direções que foram denunciadas por negligenciar todo tipo de material para os alunos nas escolas. Como foi denunciado em vários colégios ocupados que as direções escondem uniformes, livros, laboratórios, instrumentos de música, materiais pedagógicos e até redes e bolas, em escolas que os alunos jogam com rede imaginárias (!), como foi denunciando pelos estudantes do Colégio Estadual Irineu Marinho, em Duque de Caxias, ocupado desde o dia 6 de Abril.

Por isso é inadmissível a votação na última assembleia, na qual e votou fazer assembleias no dia 04/05 enquanto terão atos descentralizados em todo estado organizados pelos secundaristas. Como pode a categoria não estar construindo estes atos com os alunos que entraram em greve e ocuparam as escolas em apoio a nossa greve? Como unificar a luta se a maioria no Conselho Deliberativo aprovou manter a assembleia sabendo da construção deste ato para o mesmo dia?

É mais do que nunca fundamental se unificar verdadeiramente com os estudantes em luta e as escolas ocupadas com uma pauta comum e o acordo de ninguém sai da greve até que as pautas sejam atendidas. Não podemos aceitar que a nossa pauta seja atendida e a dos estudantes siga sendo manobrada pelo Governo e pela SEEUDC enquanto tentam desmobilizar as ocupações.

Este debate viemos fazendo desde o início da greve e seguimos colocando que a unificação pela base e a coordenação dos setores em luta, independentes das direções pelegas do MUSPE, são o caminho para uma vitória dessa greve. Na última assembleia, intervimos com a discussão que a categoria deveria construí um 1 de Maio de luta que se posicionasse claramente contra o golpe institucional perpetrado pela direita mais reacionária do país e mais uma vez não só este debate não foi feito, como a esquerda se unificou para que este debate não entrasse como eixo político, aprovando uma eixo abstrato de greve geral, quando não tem unificação nem com os secundas.

Além disso, por não se debater um eixo político claro contra o golpe, a direção do SEPE manobrou a votação do 1 de Maio, colocando que o SEPE deveria construir todos atos quando na pratica isso significou construir nenhum, como expressamos aqui. Por isso mais do que nunca é necessário um plano de lutas organizado pela base com a categoria que exija da CUT e da CTB que paralisação geral convocada para o dia 10 de maio seja construída pela base com assembleias em cada local de trabalho e de estudo. A greve de professores e as ocupações das escolas tem condição de ser um exemplo nacional nessa luta, e avançar para organizar-se contra o golpe e os ataques à Educação.

 
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