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EDUCAÇÃO - PRIVATIZAÇÃO
Consultoria Falconi assina contrato com a Secretaria de Educação de Mato Grosso
Mauro Sala
Campinas
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Foto: Viviane Saggin | Seduc-MT

A Secretaria de Educação do Mato Grosso (Seduc), governado pelo PSDB, assinou, no último dia 19, contrato com a empresa Falconi Consultores de Resultados. Trata-se de uma consultoria privada que busca “ajudar as organizações a construir resultados excepcionais pelo aperfeiçoamento de seu sistema de gestão”. A Falconi é voltada para a consultoria em gestão de resultados e tradicionalmente trabalha para empresas privadas, apresentando planos de reestruturação e gestão.

Agora, essa empresa, que foi responsável pela reestruturação de empresas como a Ambev e as Lojas Americanas, criou um setor exclusivo para trabalhar na educação. Trata-se de uma empresa que transfere para a área educacional o receituário tradicional que implementam na gestão de empresas privadas.

Como noticiou o Jornal Valor Econômico, do dia 11/11/2015, “a aposta é baseada na crença de que as escolas públicas, onde estão matriculados 80% dos alunos do ensino fundamental, precisam passar por um choque de gestão e preferencialmente sob a liderança da iniciativa privada”.

Como disse Wilson Risólia, ex-secretário de educação do Rio de Janeiro e gerente da área de educação da Falconi, “a gestão nas escolas públicas é um caminho sem volta”. O projeto é claro e seu caráter privatista se expressa quando sabemos quem paga a conta:

“Questionado se no atual cenário político econômico, os governantes alocariam recurso para um projeto de gestão, o fundador da consultoria, Vicente Falconi, argumentou que ’neste momento de crise um trabalho de gestão se faz ainda mais necessário. Se houver um plano bem organizado, os empresários podem e tem interesse em ajudar com investimentos’, disse”.

Não a toa, no evento de lançamento da Falconi Educação, os presentes defenderam a “privatização da educação por meio de Parcerias Público-Privadas”, segundo noticiou o Jornal Valor Econômico.

No método de gestão da Falconi estão presentes todas as características distintivas que os reformadores empresarias defendem para a educação pública: meritocracia, responsabilização e privatização, como podemos ver, de forma desavergonhada, no site da própria consultoria.

É esse modelo que o governo de Mato Grosso busca implementar por meio dessa “parceria”. Como podemos ler no próprio site da Seduc, “o ato marca o início de um modelo de gestão para resultados nas unidades escolares da rede e no órgão central da pasta, como parte da Política de Formação Continuada”. Para o projeto “serão capacitados 754 diretores escolares e 100 multiplicadores, além de outras ações estruturantes”.

Como declarou uma representante da equipe da Falconi que atuará junto à Seduc, “a ideia é que a Falconi Educação seja um elo entre o plano estratégico da Seduc e a gestão das escolas, para criar uma rede que atue em conjunto em prol de um resultado”.

A linguagem é toda empresarial, e corrói até mesmo as declarações do secretário de educação, Permínio Filho: “Nossa equipe está comprometida e preparada para, a partir de hoje, inaugurar uma nova era na educação do Estado”, pois essa parceria possibilitaria “ações mais focadas e pontuais que permitam a otimização de recursos, resultados e desempenho”.

É o próprio Secretário que liga essa nova gestão a outras iniciativas da Seduc, como a Avaliação Diagnóstica do Ensino Público do Estado de Mato Grosso (Avalia MT), “que tem como objetivo construir mecanismos de intervenção na educação com base em índices próprios”.

Isso porque, dentro da lógica empresarial, o controle dos resultados com vista à responsabilização e à meritocracia é central. Por isso, a própria Seduc destaca, no campo de suas políticas, as avaliações padronizadas, o currículo, a correção de fluxo, a formação continuada e o desdobramento das metas até o nível das escolas (gestão para resultados) como as “políticas para a melhoria do aprendizado dos alunos”. Trata-se da receita completa para uma reforma empresarial da educação pública.

Ao todo, segundo informa a Seduc, “serão investidos no projeto R$ 5,9 milhões”.

Esta consultoria é a mesma que rondou pela cidade de Pelotas (RS), Campinas (SP), por Rondônia e Pernambuco e outros estados.

 
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