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CRISE POLÍTICA
Em meio a crise, PT perde 18% dos vereadores no Vale do Paraíba
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Com a crise política no país, o PT perdeu 18% dos vereadores que elegeu na região metropolitana do Vale do Paraíba em 2012. Por sua vez, o PSDB, que faz parte da oposição burguesa ao governo Dilma, aumentou sua bancada nas Câmeras Municipais em 9,8%. O número de parlamentares petistas caiu de 39 para 32, o número de parlamentares tucano subiu de 61 para 67 em toda região.

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Após a ‘’janela da infidelidade’’, o PT começou sofrer perdas importantes em diversas cidades da região. Em Taubaté, o partido tinha elegido dois parlamentares, mas após a crise política nacional viu sua bancada ser reduzida a zero. Caraguatatuba, Caçapava e Cruzeiro foram outras cidades que ficaram sem representante do partido. Por sua vez, São José dos Campos, Jacareí e Cachoeira Paulista mantiveram suas bancadas eleitas em 2012, com exceção do prefeito João Luiz Nascimento, que saiu do PT e foi para o PSB.

Já o PSDB aumentou a sua bancada em algumas cidades. Em Caraguatatuba, cidade onde os tucanos administram, o PSDB saltou de três vereadores de 2012 para cinco em 2016. Em Campos do Jordão, a sigla saiu de um vereador para três e em Caçapava, o PSDB de um vereador aumentou a sua bancada para dois.

Quando o barco afunda, todos os ratos pulam fora

Este cenário que o PT enfrenta na região do Vale do Paraíba é fruto da crise econômica e política que o Brasil está vivendo. De um lado, o PT é o partido que participou de esquemas de corrupção como na Petrobrás e até o momento está sendo quem aplica os ataques contra os trabalhadores, de outro lado temos uma direita ligada diretamente ao imperialismo que quer ataques muito mais duros do que o governo federal está aplicando, por isso que querem o impeachment da Dilma e fazer sangrar ao máximo o PT, a ponto de não conseguirem eleger para cargos de importância.

O PT também está pagando pela sua lógica de querer gerir o Estado capitalista e não questionar os privilégios que o Estado oferece, se usufruindo bastante dos mesmos. Este partido atraiu todo tipo de carreirista para poder conseguir uma boquinha. Enquanto a burguesia nos governos de Lula e Dilma lucrava aos montes, os ratos faziam a festa, e agora com a crise política e o desgaste que o PT vem sofrendo os mesmos pulam fora do barco, buscando novos partidos que atendam melhor os interesses dos grandes empresários e banqueiros (e a seus próprios interesses).

Num dos principais bastiões da classe operária no país, falta uma política independente para a classe trabalhadora

O Vale do Paraíba pode cumprir um papel fundamental num cenário de crise econômica e política que o país está vivendo, pois trata de uma região que é um dos principais bastiões da classe operária brasileira. Com a crise econômica capitalista, estamos vendo um processo de demissão em massa, fechamento de fábricas e perdas de direitos dos trabalhadores.

É uma região também onde o PSTU tem bastante peso, estando a frente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Infelizmente este partido não está dando nenhum exemplo na região de como luta contra os ajustes e as demissões, sequer não criou nenhuma articulação entre as fábricas que entraram em luta neste ano. O partido que dizia nas entrelinhas que os trabalhadores da GM em São José dos Campos e de outras fábricas (como a Chery em Jacareí) que os trabalhadores "não queriam lutar" é o mesmo que está chamando uma pretensa greve geral e Fora Todos/Eleições Gerais.

Ao chamar Fora Todos e Eleições Gerais, o PSTU mistura suas bandeiras com o Renan Calheiros e Marina Silva, que também pedem eleições gerais para responder a crise que o país esta vivendo hoje. Mesmo que o PSTU fale que é contra o impeachment, para este partido qualquer manifestação que se diz ser "contra o governo", independente do seu conteúdo de classe, consideram como progressivo, e a que a esquerda tem que apoiar. Isso faz com que mesmo o discurso do Temer de segunda feira, dizendo que "haverá sacrifícios no seu futuro governo", o PSTU ainda continue fazendo atos de meia dúzia de sindicalistas na região pedindo Fora Todos.

Na atual situação que o país esta vivendo, pedir Fora Todos atualmente significa o mesmo do que pedir Fora Dilma, consigna central que a direita está levantando. Ao fazer isso, o PSTU faz com que este importante bastião operário do país esteja a reboque da política da oposição burguesa ao governo de Dilma. Um verdadeiro desserviço que não ajuda na atual situação nacional política no país.

Para nós, os trabalhadores tem que entrar em cena de maneira independente para responder a crise política que o país está vivendo atualmente. Para isto é preciso que o PSTU, que é parte majoritária da CSP-CONLUTAS, exija da CUT e a UNE que rompam com o governo, assim como e um serio plano de lutas contra o impeachment da direita e contra os ajustes do PT, chamando assembleias em fábricas, bairros e escolas.

 
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