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PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
Trabalhadores do McDonald’s no Brasil se unem a protesto global
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Os trabalhadores brasileiros da rede de fastfood McDonald’s se uniram nesta quarta-feira ao "Dia de Ação Global" em protestos convocados em 40 países motivados por melhores condições trabalhistas.

No saguão do Museu de Arte de São Paulo (MASP), cerca de 700 pessoas (segundo a CUT uma das centrais que organizaram o ato, foram 2000) se reuniram com cartazes, muitas fantasiadas como o palhaço "Ronald McDonald", e no final incendiaram um caixão simbolizando o enterro do personagem.

Outras capitais brasileiras, como Salvador, Goiânia e Brasília, tiveram ações similares e as atividades na rede de restaurantes foi paralisada.

A campanha brasileira, intitulada "#SemDireitosNãoéLegal", integrou a mobilização que é realizada em países como Japão, Itália, Inglaterra, Argentina, El Salvador e Estados Unidos, nas quais, segundo os organizadores, participaram cerca de 60 mil pessoas em mais de 200 cidades.

A etapa de hoje foi a terceira realizada pelos trabalhadores da rede brasileira da multinacional.

O alvo da mobilização, de acordo com os sindicatos da categoria, foi "alertar a população sobre a falta de respeito, recorrente e contínua, aos direitos humanos dos trabalhadores da rede em toda as partes do mundo, inclusive no Brasil". Frases como: “Mc Donald´s tem Mc Escravos” que eram vistas em vários cartazes, resumem a condição precária de trabalho de cerca de 50 mil trabalhadores no Brasil.

Segundo a CUT, o Mc Donald´s é a maior rede de fast-food do Brasil e controla 60% do mercado de comida rápida, a multinacional estadunidense possui cerca de 50 mil trabalhadores, grande parte deles submetidos a condições degradantes. Na América Latina, a rede está presente em mais de 20 países, com mais de duas mil lanchonetes e 90 mil trabalhadores, onde especialistas projetam uma receita de US$ 2 bilhões anuais – metade dela é faturada com os lucros obtidos com as vendas no Brasil.

“No Brasil, os trabalhadores do MC Donald’s recebem menos de um salário mínimo, tem jornada móvel variada, acúmulo de função sem a devida remuneração, a empresa não reconhece a insalubridade de várias funções, não remunera horas extras, retira intervalo de descanso e refeição, frauda holerites e ainda utiliza mão de obra de adolescentes em repugnantes atividades insalubres”, denunciou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comércio e Serviços (Contracs/CUT), Alci Matos Araújo.

Um emprego no Mc Donald´s, é para muitos jovens entre 16 e 17 anos, a primeira oportunidade de emprego, e esta condição leva a uma maiores pressões e assédio moral por parte das chefias, estes jovens trabalhadores sofrem com a rotatividade no trabalho e más condições de trabalho que muitas vezes multiplicam os cortes e queimaduras na chapa quente e nas fritadeiras, como denuncia o sindicato da categoria. O mesmo sindicato, Contracs, aponta que um trabalhador do Mc Donald´s custa para a empresa quatro hambúrgueres vendidos, este mesmo trabalhador, por não possuir um vale-refeição, subsídio para alimentação ou cesta básica, muitas vezes se alimenta com os lanches da própria empresa.

Estas condições extremamente precárias de trabalho, com baixos salários, alta rotatividade, ausência de direitos, jornadas de trabalho extensa e exaustivas sob forte pressão de produtividade, não por coincidência são as mesmas características de um trabalho terceirizado, que foi alvo de protestos das paralisações e atos de ruas do dia 15 de abril.

Para lutar contra estas condições é fundamental continuar e estender a mobilização em cada local de trabalho colocando a juventude trabalhadora do Mc Donald´s como sujeito ativo de sua luta, por condições dignas de trabalho e de vida, numa luta que também é de toda a classe trabalhadora.

EFE/ED

 
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