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PUC-SP
A PUC-SP em meio à crise política nacional
Felipe Guarnieri
Diretor do Sindicato dos Metroviarios de SP
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Entrevistamos a professora da faculdade de Serviço Social da PUC-SP e diretora da APROPUC (Associação de professores) sobre as manifestações que ocorreram na universidade em meio à crise política nacional, marcadas novamente pela repressão da PM com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra estudantes, funcionários e professores que protestavam contra o impeachment.

1-) Qual foi o impacto da crise política nacional na universidade?

O impacto é bastante diferenciado. Houve um Ato massivo no TUCA organizado pelo CA XXII de Agosto chamado em defesa da Legalidade democrática. Como você pode ver pelo PUCViva( matéria da semana de 21/03) se falou bastante contra o golpe mas se poupou o governo do PT. É a linha do PT, governista na defesa da democracia em geral e do governo Dilma. A diretoria da APROPUC (vide nota enviada) vem se posicionando contra o impeachment e os ataques do governo do PT (ajuste fiscal, contrarreformas, quebra de direitos trabalhistas); apoio e solidariedade ativa aos movimentos grevistas e as lutas dos trabalhadores. Somente a perspectiva classista, autônoma e independente da classe trabalhadora e da juventude podem barrar a ofensiva do capital. O ano passado fizemos algumas atividades da Frente de esquerda contra os ataques do governo Dilma( cortes orçamentários na educação, na saúde, na habitação, na reforma agrária) e contra a terceirização e os decretos do governo Dilma contra os direitos dos trabalhadores, participamos do Ato em setembro na Paulista promovido pelo Espaço Unidade e Ação ( Apropuc, alguns coletivos e Cas e em algumas atividades contamos com a Afapuc mas com pouca adesão de professores(as) e funcionári@s. Entendemos que precisamos de fato avançar em uma frente de esquerda de luta combativa,classista, unitária, anticapitalista.

2-) qual foi o caráter das manifestações que levaram, assim como em 1977 e 2007, a mais uma ofensiva repressiva da PM na PUC-SP? Como reagiu à comunidade acadêmica?

Havia um Ato na Ministro de Godoy com carro de som organizado por alun@s da FEA( Atlética) que contaram com alguns alun@s do Mackenzie e estavam defendendo o impeachment, cantaram o hino nacional e gritavam fora Dilma. @s alun@s contra o impeachment foram a rua e também impuseram suas palavras de ordem. Os que organizaram o Ato também diziam fora marxistas e comunistas da PUC e Viva a PM. Por volta das 21:00h a PM para dispersar os manifestantes começa a jogar bomba de gás lacrimogêneo, borracha, pimenta, efeito moral, disparando nos manifestantes contra o impeachment e para dentro da PUC. Uma AÇAO VIOLENTA DIRIGIDA, resguardando os favoráveis ao impeachment. A APROPUC desde antes de iniciar a manifestação prevendo uma ação policial procurou a Fundasp e reitoria que "lavaram as mãos" (vide Jornal PUCViva a Nota de 28/03 da APROPUC e da AFAPUC). Fizemos dois Atos grandes na prainha, manhã e noite do dia seguinte denunciando a violência policial, contra o impeachment, por um posicionamento firme da reitoria, contra a terceirização(defendemos que todos os terceirizados da PUC sejam contratad@s diretamente pela universidade e pela autonomia e democracia na PUCSP. A exemplo da UERJ penso que temos que retomar na PUC uma frente de esquerda, assim como nos bairros nas fábricas, atrair para a luta os trabalhadores e a juventude.

3-) os estudantes, professores e funcionário que vem se manifestando contra o impeachment em sua totalidade apoiam o governo do PT?

Não apoiam o PT em sua maioria mas ainda estão muito perdidos, sem saber para onde ir. A esquerda tem um papel central nesse e no próximo período mas ainda não conseguimos construir um programa mínimo de ação. A decomposição do capitalismo é brutal apesar de sua hegemonia.

4-) na sua opinião qual a saída para os estudantes e trabalhadores diante a crise política e econômica?

A esquerda tem um papel fundamental nesse momento de tentar unificar as lutas, a organização classista e independente dos trabalhadores, sair das amarras governistas de uma discussão abstrata de democracia nas ruas que tem servido para um acordo no Congresso e medidas de compromisso com o capital para segurar (se ainda é possível) alguma governabilidade. A CUT , o MST governistas e cooptados tem sido um entrave na luta de classes. De outro lado muitas categorias fizeram greves e passaram por cima das burocracias sindicais, pelegas ou governistas. As greves operárias foram muitas, acrescidas das de outras categorias ultrapassando períodos anteriores(das grandes greves e mobilizações). Os trabalhadores vem suas condições de vida e trabalho se deteriorando a cada dia e temos que trazer essas massas de trabalhadores para o campo de lutas de oposição revolucionária.

 
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