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RIO DE JANEIRO
Esquerda carioca se pronuncia contra o impeachment e contra ajustes do PT
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Em atividade na UERJ várias organizações da esquerda carioca se pronunciaram contra impeachment e contra ajustes do PT. A atividade também discutiu a necessidade de formação de uma frente de esquerda.

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No dia 23 de março ocorreu um evento na UERJ convocado pela Associação de Docentes da UERJ (ASDUERJ) e promovida pela Nova Organização Socialista (NOS). A atividade intitulada “Em defesa das conquistas democráticas dos trabalhadores! Contra o Impeachment e o ajuste fiscal do governo! Construir uma frente de esquerda” reuniu aproximadamente 350 pessoas que lotaram o auditório da UERJ Maracanã. A maioria das falas mostrou como a maioria da esquerda carioca está contra o impeachment e contra os ajustes do PT.

Estiveram presentes na mesa de abertura Felipe Demier, professor da UERJ, diretor da ASDUERJ e militante do NOS e Lia Rocha, professora da UERJ e presidente da ASDUERJ, e a professora Virgínia Fontes da UFF,, e a professora do Serviço Social da UERJ, Maria Inês Bravo.

Após as intervenções da mesa, foram feitas intervenções das correntes políticas e de sindicatos de professores universitários e de professores da rede estadual do RJ, como da ASDUERJ, ADUFF, ASFOC de Luta - Fiocruz, ASFOC-SN, Reitoria da UFRJ, oposição do SEPE, MTST, CORESS, correntes do PSOL, PCB, PCR, a Nova Organização Socialista, LSR, CST, Insurgência, MRT, Coletivo Marxista, MM5, Reagrupamento Revolucionário, Esquerda Marxista e os mandatos do PSOL do vereador Renato Cinco, deputado estadual Flávio Serafini, o ex-candidato a governador Tarcísio Motta do PSOL, além dos que impulsionam o manifesto dos independentes por uma Frente de Esquerda Socialista, entre outros. Também esteve presente o PSTU que fez uma saudação à atividade expondo sua posição política, distinta da maioria das organizações presentes, já que defende o “Fora Todos!” e “Eleições Gerais”.

O ex-candidato a governador Tarcísio Mota pelo PSOL fez uma saudação à reunião defendendo que era importante uma luta contra o impeachment e o governo. Após isso se iniciaram as falas das correntes políticas. A maioria das correntes colocou um sentido geral de que era fundamental se pronunciar contra o impeachment como uma tentativa da oposição de direita de avançar nos ajustes contra a classe trabalhadora, assim como a ofensiva de setores reacionários, que algumas correntes chamara de “extrema direita”, com Sergio Moro à frente e o Judiciário, passando por cima da Constituição através de medidas arbitrárias como por exemplo, os grampos das ligações que envolvem a presidente Dilma Rouseff e o ex-presidente Lula, a ação de Gilmar Mendes contra a nomeação de Lula à ministro.

Essas ações significariam mais ataques aos direitos e às organizações dos trabalhadores, aprofundando ainda mais na repressão e violência que já sofrem os pobres, trabalhadores e negros das periferias e favelas exercidas pelo Estado brasileiro. Também esteve na maioria das falas o repúdio aos ajustes fiscais aplicados pelo governo do PT e a necessidade de conformar uma frente de esquerda contra o avanço da direita e contra os ajustes do PT e do governo.
Marcelo Badaró, representando a NOS, disse que “(...) Este regime democrático burguês nunca nos representou. No entanto nós temos compromisso sim com a defesa intransigente das conquistas democráticas da classe trabalhadora.

Entendemos que são essas conquistas democráticas as poucas que restaram por conta da nossa luta que estão agora mais ameaçadas do que nunca, esse é o sentido maior do golpe do impeachment, (...). É por isso que nós nos opomos ao golpe do impeachment, por isso estamos aqui, chamamos e acreditamos, que a saída da classe trabalhadora é criar um polo contra essa discussão que se distinga dos governistas que se distinga dos golpistas, por isso defendemos a frente de esquerda. A gente queria trazer aqui uma proposta concreta de encaminhamento para que ao fim dessa reunião a gente marcasse uma data para fazer um seminário para discutir a frente de esquerda, para discutir o programa mínimo que possa nos unificar para que a gente crie esse pólo de intervenção autônomo da classe trabalhadora na conjuntura. Essa é a proposta que a gente está trazendo aqui. Porque a gente acredita que não pode estar junto nem com os governistas, nem com os golpistas. Nós defendemos a frente de esquerda socialista”.

Carolina Cacau, professora do estado do RJ em greve e coordenadora do CASS-UERJ, esteve representando o MRT. Após saudar a realização da atividade Carolina Cacau colocou que “é preciso combater claramente a direita, que está defendendo o impeachment, apoiada no Judiciário, para impor um endurecimento do regime que se voltará contra o povo negro, pobre e trabalhador das favelas. É preciso denunciar o sentido real de Sergio Moro, que está sendo colocado como paladino da Justiça, e que podemos ter nenhuma ilusão de que é por essa via, pelas mãos de setores reacionários que resolveremos os problemas de corrupção do país. Esse debate também deve ser feito com os trabalhadores. Na hipótese de Lula conseguir ser ministro e o governo Dilma seguir, isso significaria um governo de ajustes. Frente às saídas que estão colocadas é preciso dizer que a esquerda deve impulsionar um grande movimento nacional contra a direita, contra o impeachment, e também contra os ajustes do PT. Estamos passando por várias lutas, como a greve da Educação e da UERJ no Rio de Janeiro. Mas elas precisam se desenvolver e ser um exemplo na atual situação política”. Além disso, Carolina Cacau colocou como o “Fora Todos” é uma política que favorece a direita, ao se colar com o impeachment na presente situação, e que uma saída de fundo se colocaria com uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.

Após as falas das organizações políticas e do plenário foram tirados alguns encaminhamentos como a organização de uma comissão com um representante de cada corrente para organizar os próximos passos dessa frente, assim como um seminário como defendeu Badaró, para debater ações diante do avanço da direita com o impeachment e dos ajustes do governo que estão sendo aplicados na tentativa de negociação da manutenção do governo.

Que frente é necessária para enfrentar a oposição de direita e os ajustes do governo do PT?

Na opinião do MRT a atividade foi importante, pois demonstrou que muitos setores e correntes políticas se colocam de forma independente do impeachment de direita e do governo do PT, que aplica os ajustes que atacam a classe trabalhadora. Nesse sentido, aprofundar o debate sobre as posições políticas que as distintas organizações e setores da intelectualidade defendem é fundamental.
Mas entendemos que também é importante dar passos para constituir uma unidade contra o impeachment e os ajustes do PT a partir dos sindicatos e entidades estudantis, debatendo com as categorias, sobretudo as que estão em luta, como os professores estaduais, como as categorias precisam tomar para si a construção de um movimento nacional contra o impeachment e os ajustes do PT. Para construir um movimento real a esquerda, presente com peso de direção em diversos sindicatos no Rio, como o SEPE, ASDUERJ, ADUFF, entre outros, deveria se dirigir às burocracias sindicais como a CUT, CTB, para que termine sua subordinação ao governo do PT e construa plano de lutas para construir um movimento nacional contra o impeachment e contra os ajustes do PT. Essa mobilização deve abrir caminho para uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que dê uma saída que esteja de acordo com os interesses dos trabalhadores e do povo à crise do regime atual, e supere os limites da Constituição pactuada com os militares de 1988.

 
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