O massacre contra o povo palestino já acumula quase 30 mil mortos desde o início da ofensiva em curso. Mesmo assim a grande mídia brasileira e segue embarcada numa histeria pró-sionista, sendo cúmplice direta da barbárie colonialista de Israel, que já assassinou mais de 13 mil crianças. A extrema direita mergulha as mãos no sangue do povo palestino, com uma campanha asquerosa de defesa do genocídio operado por Netanyahu e o imperialismo norte-americano, com Joe Biden à cabeça. Essa campanha grotesca da mídia em defesa dos sionistas, cuja política de limpeza étnica e extermínio horroriza o mundo, a alia intimamente com o bolsonarismo e a extrema direita na América Latina (a exemplo de Javier Milei) e no mundo todo.
É por isso que a recente entrevista de Lula na Etiópia, com críticas ao massacre na Palestina, gerou uma ampla reação desses setores, que chegam ao absurdo de acusá-lo de antissemitismo, o que revela o nível de alinhamento das principais potências imperialistas com o massacre sionista em curso. São bombardeios diários contra civis, destruindo mais de 70% das moradias em Gaza. Na atual ofensiva, o apoio de Biden tem sido decisivo para que mesmo moções em defesa do cessar-fogo tenham sido até agora sistematicamente vetadas na ONU, garantindo interesses econômicos e militares dos EUA na região.
As críticas de Lula ocorrem após meses de bombardeios e massacre, mas reconhecem aquilo que é evidente desde outubro do ano passado: se trata de um genocídio em curso. Inclusive setores judeus antissionistas reconheceram que o massacre na Palestina se assemelha ao holocausto. Mas mais do que declarações, é preciso romper relações econômicas e diplomáticas com Israel em apoio ao povo palestino. Apesar do chamado ao embaixador brasileiro em Tel-Aviv, Lula mantém, na prática, todas as relações econômicas, militares e diplomáticas com o Estado sionista, com o Brasil tendo exportado US$ 662 milhões para Israel em 2023. Seu governo mantém vigentes inclusive acordos de colaboração em "segurança" firmados ainda pelo governo Bolsonaro, assim como também é parte de garantir que as armas e a tecnologia militar de Israel sejam parte do que mata e reprime sobretudo a juventude negra nas favelas e periferias com as balas da polícia.
Diante da enorme barbárie sionista em curso, é necessário ir muito além de palavras e romper quaisquer relações econômicas, militares e diplomáticas com o Estado sionista de Israel. Esse é o posicionamento que pode efetivamente expressar solidariedade ao povo palestino e rechaçar o massacre em curso.
É necessário batalhar para que a defesa do povo palestino seja uma luta de toda a classe trabalhadora e a maioria da população do país. O PSOL, como parte do governo, não tem movido forças nesse sentido e suas principais figuras e parlamentares se mantêm praticamente em silêncio diante de tamanha barbárie e não dão nenhum peso em construir os atos que têm ocorrido. Boulos chegou a dizer, a respeito da entrevista de Lula, que "não é comentador das falas do presidente", em um posicionamento absurdo cujo objetivo é unicamente não abalar sua relação com o arco de alianças e apoios burgueses que está construindo rumo às eleições municipais deste ano.
Para fortalecer o apoio ao povo palestino no Brasil, é necessário que as centrais sindicais, como CUT e CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, assim como o conjunto das entidades estudantis e movimentos sociais rompam o silêncio e a paralisia e construam em cada local de trabalho e estudo uma mobilização de solidariedade internacional, pois somos uma só classe. Assim, expressar o profundo rechaço às ações sionistas contra o povo palestino e ao apoio imperialista a esse massacre. Essa mobilização seria parte de fortalecer a luta pelo imediato cessar-fogo e para que o povo palestino tenha direito e condições materiais para viver e reconstruir suas vidas livremente em seu território, do rio ao mar, inclusive com árabes, judeus e toda a classe trabalhadora convivendo de maneira pacifica, como já ocorreu no passado. Isso só poderá se dar de plenamente com o fim do Estado terrorista e artificial de Israel, em uma Palestina livre, operária e socialista, construída a partir da incansável luta da classe trabalhadora palestina em aliança com os trabalhadores judeus não sionistas, se apoiando na solidariedade internacional que já vem se expressando em diversos países.
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