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CRISE ECONÔMICA
Desemprego no Brasil é o maior dos últimos 6 anos
Pedro Rebucci de Melo

A taxa de desemprego de 8,2 anunciada pelo IBGE para fevereiro mostra como crise econômica aprofunda-se cada vez mais, ainda que ofuscada na grande mídia pela crise política. Aumento do desemprego e persistência da inflação jogam os custos da crise nas costas dos trabalhadores

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O IBGE divulgou na última quarta-feira, 23, que o desemprego atingiu 8,2 em fevereiro, sendo a maior taxa de desemprego registrada desde maio de 2009, quando o país ainda vivia o primeiro impacto da grande crise econômica mundia que abriu-se em 2008, com o crash do sistema de hipotecas dos EUA.

Esse e outros dados da economia apontam claramente como a classe dominante brasileira pode discordar em muitas coisas, mas sempre tem acordo em descarregar seus prejuízos nas costas do trabalhadores, não somente com medidas reacionárias e retirada de direitos sociais mas também com o rebaixamento do nível de vida dos trabalhadores através de mecanismos como o desemprego e a inflação.

Outros dados divulgados pelo IBGE nessa quarta feira ajudam a clarificar esse ataque. Não só aumentou o número de desempregados em fevereiro como a taxa de pessoas ocupadas no mesmo período caiu 1,9% em relação a janeiro, constituindo a maior queda de população ocupada para um mês de fevereiro da história da pesquisa, iniciada em 1980. Isso também aponta que essas demissões não são "apenas" as referentes a cargos temporários e precarizados de fim de ano, mas sim que os patrões podem estar buscando cortes mais profundos nos seus quadros de funcionários para manter sua taxa de lucro nas alturas.

A taxa de jovens desempregados também bateu recorde e está pela primeira vez desde 2007 acima dos 20%, mostrando como esse setor, assim como na Grécia ou na Espanha, é um dos mais atacados em momentos de recessão. Essa situação coloca para um grande número de jovens uma grande frustração ao perceber que as promessas de ascensão social dos anos lulistas não passavam de mentiras sedutoras, dando um caráter ainda mais urgente a construção de uma juventude revolucionária.

O rendimento médio de quem trabalha também teve um recuo expressivo, sendo estimado em R$2227,50, o que significa queda de 1,5% em relação ao mês passado e de absurdos 7,5% em relação a fevereiro de 2015. Isso significa que o rendimento médio do trabalhador recuo quase 10% em apenas um ano! Somente essa queda já é suficiente para reverter boa parte dos ganhos obtidos no período de bonança lulista, quando os rendimento cresciam pouco, mas constantemente.

Para completar esse quadro catastrófico, a inflação permanece alta, apesar de ter subido menos em fevereiro, ficando em 0,9. Mas essa desaceleração tem sua origem na profunda recessão que o país enfrenta, diminuindo o poder de compra dos brasileiros e, consequentemente, pressionando uma queda dos preços. Mas diversos economistas já vem apontando como o esperado era que a inflação tivesse caído muito mais nas condições atuais da economia e como esse cenário de estagflação (Inflação+ economia fraca) penalizam especialmente os mais pobres, que enxergam seus parcos rendimentos serem devorados tanto pela queda destes devido ao aumento do desemprego, como pela inflação que corrói seu poder de compra.

É na luta contra os ajustes e contra qualquer manobra reacionária que surja para efetivar esses ataques que pode surgir uma alternativa que se oponha pelo vértice a todo esse regime, que discorda acerca de quem comanda o "balcão de negócios", mas nunca acerca de quem deve pagar a conta, e coloque como perspectiva a construção de um Assembléia Constituinte Livre e Soberana, que surja das ruínas e escombros desses podres poderes com a perspectiva de uma sociedade justa e igualitária.

 
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