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DESCULPAS?
Paes pediu desculpas pelas piadas, mas faltou se desculpar por todo o seu mandato
Jean Barroso

Após ter o áudio de conversa com o ex-presidente Lula vazado, Eduardo Paes lançou um pedido de desculpas no Facebook. No áudio, o prefeito diz que Lula teria “espírito de pobre”. O áudio continha várias ironias que denotam o elitismo do prefeito, com piadas também sobre municípios do estado do Rio.

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“Espírito de Pobre”. Com esta piada, Eduardo Paes visava agradar o ex-presidente Lula, enquanto lhe oferecia apoio após a condução coercitiva com que o ex-presidente foi levado a depor. Referindo-se ao barco e aos pedalinhos que o ex-presidente deu de presente para a sua esposa, o nojo que Eduardo Paes tem pelos trabalhadores e pelo povo pobre ficou bem claro nas escutas instaladas pela Polícia Federal no telefone do ex-presidente Lula. Escute a ligação completa aqui:

https://soundcloud.com/oantagonista...

Além do “espírito de pobre”, o prefeito também fez piada com Maricá, que segundo prefeito seria “uma merda de lugar”, e São Pedro da Aldeia e Araruama, que na visão do prefeito seriam regiões ruins aonde somente “os pobres” teriam um sítio. Justamente estes são lugares mais acessíveis aos trabalhadores e aos mais pobres, odiados pelo prefeito, por serem menos valorizados e mais, enquanto Angra dos Reis e Búzios são centros de especulação imobiliária, aonde os ricos mantém suas mansões em áreas de preservação e construindo ilegalmente nas praias.

Não era preciso escutar estes áudios para adivinhar o que se passa dentro da nefasta cabeça do prefeito do Rio: semanas atrás o prefeito declarava publicamente que “Zika não é assunto olímpico”, deixando claro que para a prefeitura pouco importa a saúde do povo, o que importa mesmo são os contratos superfaturados com a OAS, Odebrecht, empreiteiras que diga-se de passagem estão sendo investigadas pela Lava-Jato.

As piadas pegaram mal, e Eduardo Paes, provavelmente pela primeira vez em sua vida, soltou um pedido de desculpas público. Veja o link

Faltou pedir desculpas pelo resto de todo o seu mandato!

O pedido de desculpas obviamente não foi bem recebido, e internautas estão criticando o prefeito até agora.

O fato é que a gestão deste prefeito, junto ao governador Pezão, remove as casas da população pobre para fazer os mega-eventos, como vimos recentemente com a Vila-Autódromo, uma entre tantas. O prefeito também aumentou as passagens para abusivos 3,80, e promoveu uma “racionalização” dos ônibus que faz os usuários gastarem mais tempo com baldeação e segrega a população negra e pobre para não ir à praia. Todas as obras que o prefeito pega para fazer, que demoram mais do que o previsto, claramente por superfaturamento dos contratos com as empreiteiras. Esta mesma prefeitura mantém obras superfaturadas com as empreiteiras enquanto ocorrem pelos alagamentos em vários bairros porque a cidade não tem infraestrutura para resistir às chuvas como foram desta semana.

Enquanto o povo passa sufoco no BRT e nos ônibus, o prefeito está rindo à toa com seu Porto-Maravilha da cidade das empreiteira e cartéis do transporte. Não era para menos que Eduardo Paes odiasse as manias de pobre, já que reserva para os camelôs e ambulantes da cidade, o cassetete e as balas de borracha da Guarda Municipal, que não deu paz nem no carnaval.

O desprezo do prefeito pelos trabalhadores também ficou claro quando criminalizou os Garis na greve de 2015, e nesta mesma greve o prefeito playboy disse que montaria uma “barraquinha” no Comperj e contrataria os trabalhadores da construção civil que sofreram com as demissões, para trabalharem no lugar dos Garis. Desta forma, Paes perseguiu e criminalizou a única categoria que em 2014 havia lhe dado uma verdadeira surra nas ruas, dando exemplo para os trabalhadores de todo o país de como lutar e vencer os governos patronais e antipopulares. O mesmo foi feito com os rodoviários, criminalizados em sua greve de 2014.

O mesmo também ocorreu com os professores da rede municipal que entraram em greve em 2013, unificada com os professores da rede estadual. Em 2013, a prefeitura e a câmara dos vereadores trabalharam em conjunto à PM para montar um operativo de guerra contra esta greve histórica da categoria dos professores municipais. Ruas que davam acesso à Câmara bloqueada com grades, tropas de choque, policiais infiltrados nas assembléias. Uma votação feita com um cerco militar à câmara dos vereadores, com policiais até nos telhados para jogar bomba nos professores.

E Lula riu

O primeiro torneiro-mecânico à virar presidente achou graça das piadas do prefeito. Mas isso se deve porque Eduardo Paes é aliado do PT, e seu vice Adilson Pires faz parte deste partido. Antes de tudo, a ligação de Paes era para prestar solidariedade com relação à condução coercitiva do ex-presidente. Para Paes, o Sérgio Moro exagerou. A preocupação do prefeito é se em algum momento “os enviados de Deus” resolvem investigar não só as relações do PT com as empreiteiras Odebrecht, OAS, mas as relações das “500 obras neste país” com o resto dos partidos do regime.
No Esquerda Diário, viemos denunciando que Moro e STF representam interesses estrangeiros, imperialistas, com a Lava-Jato. E não só, mas que sua investigação tem limites, não estão preocupados com a corrupção do regime, mas querem substituir um sistema de corrupção do PT por um outro do PSDB. Isto desenvolvemos melhor neste texto.

O STF é um mecanismo reacionário, os Juízes sequer foram votados e não respondem à ninguém. Somos contra que sejam estes que investiguem a corrupção ou tenham poder de revogar uma eleição decidida pelo povo. O judiciário, fortalecido contra o PT, se voltará depois contra as greves e manifestações dos trabalhadores e da juventude.

No entanto, também não defendemos o PT. Esta crise é resultado de o PT, para poder governar o estado burguês, ter-se aliada a gente como este prefeito Eduardo Paes. A crise que o PT está passando no momento se dá principalmente pela assimilação dos métodos corruptos dessa democracia dos subornos, negociatas e corrupção.

Para uma saída que não seja a oferecida pela Globo e por Moro, nem seja a de aceitar calado os ajustes do PT, defendemos a necessidade de um movimento nacional contra os ajustes e a impunidade, que lute por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que julgue os casos de corrupção, as arbitrariedades dos governantes passando por retirar todos os seus privilégios, que cada político receba igual à uma professora e seja revogável, ou seja, constantemente julgado e vigiado pelo povo, que o elegeu.

Que os juízes, Paes, os Picciani recebam igual à uma professora e sejam revogáveis, para que eles vivam como nós, aqueles que tanto lhes dão nojo.

 
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