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SAÍDA INDEPENDENTE
Os trabalhadores e a juventude precisam dar uma saída pela esquerda à crise
Daniel Matos
São Paulo | @DanielMatos1917
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Foto: 17 de junho de 2013, Largo da Batata - SP

Nós do MRT apostamos em que setores de massa da classe trabalhadora e da juventude possam dar uma resposta pela esquerda à crise política e econômica que atravessa o país. Uma resposta anticapitalista que se confronte com a lama de corrupção e o mar de ajustes dessa democracia do suborno controlada pelo PT e pelo PSDB. Essa é a única perspectiva que pode ao mesmo tempo evitar que os capitalistas descarreguem a crise econômica sobre as nossas costas e que novos pactos mudem o sistema político na superfície para na essência não mudar em nada. Uma reforma das instituições dominantes que garanta a impunidade de sempre, com maior saque das riquezas nacionais e uma exploração ainda maior da população por novos grupos capitalistas e imperialistas. Isso foi o que aconteceu na Operação Mãos Limpas na Itália onde depois de alguns anos de implementados duros ajustes neoliberais os chefes do antigo sistema político foram todos libertados para repactuar novas repartições do poder. Muitos jovens e trabalhadores se perguntam o que fazer caso surja uma prova efetiva do envolvimento de Lula e Dilma com o “petrolão”. Não precisamos da Lava Jato para saber que Dilma e Lula estão envolvidos até o pescoço nos escândalos de corrupção! Podemos ter certeza de que assim como eles os chefes do PSDB e do PMDB também estão. E podemos estar seguros de que o “Partido Judiciário” quer remover o sistema de suborno do PT para abrir o caminho a um novo sistema de suborno com a marca tucana ou um sistema novinho em folha para que os capitalistas possam se lambuzar. É por isso que não podemos ficar passivos frente à Lava Jato nem ter a mais mínima ilusão nesse poder judiciário que foi feito para servir os interesses capitalistas. Os trabalhadores e a juventude precisam se enfrentar com os pilares democracia dos ricos, para dar uma saída pela esquerda à crise econômica e política que atravessa o país.

Nós do MRT opinamos que a única alternativa estratégica a essa democracia dos ricos é a luta por um governo dos trabalhadores e do povo pobre baseado em seus próprios organismos de democracia de massas, que rompa com o capitalismo e batalhe por uma sociedade sem explorados e exploradores. Entretanto, sabemos que a maioria dos trabalhadores acreditam em reformas dessa democracia, como alimentam as direções da CUT e do PT, ainda que estes estejam deixando passar verdadeiras contra-reformas. É por isso que ao mesmo tempo em que rechaçamos o impeachment da direita chamamos todos os setores de vanguarda da classe trabalhadora e da juventude a lutar para que os sindicatos e as centrais sindicais rompam sua colaboração com o governo do PT e impulsionem um movimento nacional contra os ajustes e por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para atacar pela raiz a impunidade, frear os ataques em curso e enfrentar os problemas estruturais do país. Imponhamos pela força da mobilização que todo político seja revogável e ganhe igual a um professor, que todo juiz seja eleito pelo voto popular, que a Petrobrás e o Pré-Sal sejam 100% estatal e controlada pelos próprios trabalhadores, que a dívida pública não seja paga e seu dinheiro seja destinado à saúde e à educação.

Fazemos esse chamado especialmente às Central Sindical e Popular Conlutas, aos seus sindicatos e oposições sindicais, assim como aos parlamentares do PSOL. O PSOL e o PSTU, como principais referências à esquerda do PT, precisam colocar seus esforços para cercar de solidariedade as lutas contra os ajustes, ao contrário do que estão fazendo nos sindicatos em que dirigem, onde mostram total impotência para lutar. Deveriam abandonar a reacionária política de exigir imparcialidade e o aprofundamento da Lava Lato como se o “Partido Judiciário” pudesse fazer justiça contra petistas e tucanos. O PSTU, com sua política de “eleições gerais”, por mais que tente se cobrir pela esquerda com um discurso de “greve geral pelo Fora Todos”, termina cobrindo pela esquerda a política reacionária de impeachment da direita, já que essa é hoje quem tem força de derrubar Dilma. O PSOL, ao se unir às direções petistas dos sindicatos e movimentos sociais na “Frente Povo Sem Medo”, como se estes fossem aliados para resistir aos ataques do governo, ajuda o PT e Lula impedir que emerjam lutas contra os ajustes e a impunidade. Ao se adaptar a um dos dois polos burgueses em disputa e se negar a exigir um plano de luta sério das centrais sindicais, o PSOL e o PSTU ajudam a CUT a isolar as lutas econômica e separá-las da luta por uma política independente do governo e da oposição de direita.

Desde o Esquerda Diário, colocando de pé uma juventude anticapitalista que conflua com os setores que não se resignam frente à política de desmoralização e colaboração de classes do PT, e construindo frações classistas nos sindicatos em que estamos, nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores chamamos a travar essas batalhas conosco e construir uma esquerda que possa ser realmente uma alternativa revolucionária aos setores de massas que hoje fazem uma experiência acelerada com o PT.

Leia a análise da crise brasileira pelo mesmo autor: “Lula, o “Partido Judiciário” e os impasses da crise política”.

 
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