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Censo 2022
Censo 2022: IBGE atrasa pagamento a recenseadores devido aos cortes de Bolsonaro
Redação

Recenseadores país afora estão sem receber o auxílio treinamento do Censo 2022 do IBGE. A operação censitária teve o orçamento cortado pelo governo Bolsonaro.

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O Censo 2022 já começou, e os primeiros efeitos do corte orçamentário de mais de 1 bilhão de reais feito pelo governo Bolsonaro em aliança com o Congresso nacional. Milhares de recenseadores em todo o país já começaram à trabalhar desde o dia 1° de agosto sem ter recebido parte ou totalidade das parcelas do auxílio-treinamento, cada diária no valor de R$ 40,00. Durante o processo seletivo, o concurso prometia o pagamento de R$ 40,00 para cada dia gasto durante o treinamento, que começava às 8h e terminava às 17h.

Recenseadores das mais diferentes localidades do país começaram à se perguntar se isso será um "novo normal" do Censo de 2022, e se esse atraso vai ocorrer também na hora do pagamento pelo trabalho realizado. Os recenseadores recebem apenas quando terminam o trabalho, trabalham por produção sem receber alimentação ou transporte. Em muitas localidades, faltam recenseadores para realizar o trabalho, pois a tabela de pagamento por coleta utilizada pelo IBGE para calcular a remuneração do recenseador está completamente defasada.

Trabalhando no sol, sem alimentação e tendo que pagar o transporte de seu próprio bolso, o Censo 2022 está praticamente contando com a boa vontade dos recenseadores e recenseadoras, dos Agentes Censitários e demais trabalhadores do IBGE, já que nem o governo Bolsonaro e nem o Congresso Nacional dão a devida importância à pesquisa: inviabilizaram o Censo em 2021 para que os dados sociais e econômicos da população brasileira não afetassem o resultado eleitoral. E para este ano cortaram mais de 1 bilhão de reais, deixando o IBGE com R4 2,3 bilhões dos 3,4 bilhões pedidos inicialmente para realizar a pesquisa.

São mais de 200 mil funcionários contratados temporariamente, entre recenseadores, agentes censitários e coordenadores, e todos acumulam uma perda de pelo menos 20% na sua remuneração, para não falar no absurdo que é um recenseador não ter direito ao transporte e a alimentação, que deveriam ser pagos pelo governo federal. Com isso, querem produzir um Censo que não retrate com fidelidade a realidade do Brasil. Sem o Censo não se sabe informações básicas, como o aumento populacional, o nível de emprego e renda, a identificação de cor e raça, dentre muitos outros indicadores sociais, culturais e econômicos.

Bolsonaro, responsável pelo corte junto a Paulo Guedes, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, ainda teve a coragem de usar o IBGE para fazer demagogia durante a campanha eleitoral. Tirou foto usando o colete de recenseador, enquanto milhares de recenseadores estão sem receber sequer o auxílio do treinamento. Ainda disse que foi o primeiro cidadão Brasileiro a ser recenseado, o que é uma mentira. O Censo vai nos domicílios de acordo com a ordem dos endereços. Ou Bolsonaro usou do IBGE para fazer campanha eleitoral, obrigando o recenseador a alterar seu trajeto, ou mentiu, o que não espanta ninguém.

É preciso lutar para aumentar o orçamento do Censo, por reajuste de 27% à todos envolvidos no Censo 2022, contratação dos temporários como parte do quadro do IBGE, garantia de pagamento do Vale transporte para o recenseador, e pagamento do vale alimentação para os recenseadores, com reajuste do alimentação para todos, já que atualmente o valor pago é de R$ 458,00, e deveria ser reajustado para o valor da cesta básica.

 
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