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Greve nos EUA
2 500 trabalhadores aeronáuticos da Boeing nos EUA entram em greve a partir de 1° de agosto
Redação

The Boeing Company é a maior companhia aeronáutica do mundo, uma multinacional norte-americana que apesar de seus lucros, pretende cortar direitos dos trabalhadores. Os mais de 2500 trabalhadores sindicalizados na Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeronáuticos do Distrito 837 votaram contra a oferta da empresa e se preparam para iniciar sua greve nesta segunda, 01 de agosto.

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A greve acontecerá nas fábricas localizadas em St. Louis, St. Charles e perto de Mascoutah, no estado de Illinois. A Boeing é a maior companhia aeroespacial do mundo, fabricante de aviões comerciais e militares, helicópteros, mísseis, sistemas de lançamento, armamento, satélites, além de sistemas avançados de informação, comunicação e logística. É líder em sistemas de defesa e segurança espacial, com contratos com o governo dos Estados Unidos e de mais de 150 países.

As fábricas em greve, trabalham dia e noite fabricando aviões de combate F-15 e F-18, aviões de treinamento Red Hawk e drones da Força Aérea, armamento considerado de alta prioridade para os imperialistas norte-americanos.. Esses três contratos chegam a 3,5 bilhões de dólares para a Boeing somente em 2022, segundo informou o jornal The Washington Post, e de um total de 25.7 bilhões de dólares que são endossados apenas em contratos de defesa.

E mesmo com negócios com o Chile, onde nesta quinta-feira, 27 de julho, o primeiro Boeing E-3D Sentry para a Força Aérea chegou à Base Aérea de Pudahuel, que, segundo um tweet publicado tem “vigilância, exploração, reconhecimento aeroespacial e comanda suas capacidades.” e controle aéreo.

The Boeing Company conta com 4 divisões em 65 países do mundo e com mais de 140 mil trabalhadores e trabalhadoras. No último trimestre de 2022, a Boeing informou lucros de 193 milhões de dólares, além de uma receita de 16.700 milhões de dólares, que anunciaram junto a uma carta aos trabalhadores onde o Presidente da Boeing dizia que “A recuperação do mercado comercial também está ganhando força e os clientes estão mostrando sua confiança na Boeing, em nossos produtos e em nosso pessoal. Estamos honrados em anunciar mais de 200 pedidos e compromissos de aeronaves no Farnborough International Air Show na semana passada, incluindo pedidos importantes para o 737 MAX, 787, cargueiros e serviços”, reconhecendo a estabilização de seu mercado.

Os trabalhadores aeronáuticos se defendem contra a inflação

Ontem foi anunciado que os Estados Unidos entrou em recessão técnica e querem fazer com que os trabalhadores paguem os custos. É a primeira greve das fábricas da Boeing em mais de 20 anos, contra a redução que a empresa quer impor aos valores pagos para aposentadoria de seus funcionários, além da fixação unilateral de salários em dois níveis, que vem sendo aplicada desde a última negociação em 2014, que estava vinculada a 8 anos.

“Não podemos aceitar um contrato que não seja justo e equitativo, já que esta empresa continua ganhando milhares de milhões de dólares a cada ano em cima das costas de nossos membros,” consigna levantada pelo o sindicato.

São 2.500 trabalhadores que iniciarão a greve nesta segunda, 1 de agosto, pertencentes à Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais que a nível mundial conta com mais de 600 mil membros.

“Nossos membros falaram alto e com uma só voz”, dizia um comunicado do sindicato. “Anteriormente, a Boeing retirou uma pensão de nossos membros, e agora a empresa não está disposta a compensar adequadamente o 401 (k). Não permitiremos que esta empresa coloque em risco as aposentadorias suas dos trabalhadores.”

Durante a pandemia também os trabalhadores continuaram sem parar: “Fomos trabalhadores essenciais durante a pandemia”, disse Josh Arnold, delegado sindical.”Eu pessoalmente conheço três trabalhadores que morreram de Covid. Eles vieram trabalhar, adoeceram, foram para casa e morreram. Não recebemos nenhum pagamento por riscos. Não recebemos nem um almoço de graça por arriscar nossas vidas para manter o negócio funcionando. Temos máscaras e álcool em gel. É nosso sangue e ossos sacrificados no altar dos lucros da Boeing.”

“Se não fosse pela força de trabalho, nada seria produzido. A inflação está disparando enquanto falamos. Estamos tentando conseguir algo para ajudar a compensar os custos da inflação para nossos associados, para que possamos investir algo para nossa aposentadoria”, planejou Kelly, delegada conselheira, que valorizou a decisão dos trabalhadores já que “É a decisão mais corajosa de um sindicalista entra em greve, colocando em risco sua família e entes queridos. Não tomamos essa decisão de forma leviana ou apressada, mas o fazemos para defender os trabalhadores em todo o mundo e lutamos pelo o contrato que merecemos”.

Nos EUA, foi registrado em junho de 2022 uma inflação de 9,1%, a mais elevada em 40 anos. É por isso que não é suficiente para os trabalhadores e é um problema que afeta todos os trabalhadores. De acordo com dados da Universidade de Cornell, durante os primeiros 5 meses houve 153 greves nos EUA envolvendo cerca de 73.500 trabalhadores. E são 643 greves observadas nos últimos 18 meses.

Pelo cumprimento das demandas!

A greve votada estará pressionada pela empresa, que já colocou em um comunicado que se encontram “decepcionados com a votação de greve” e que impuseram um “plano de contingência para apoiar a continuidade das operações” buscando desde já desmobilizar os grevistas.

A escalada militar dos Estados Unidos aumenta a demanda de aviões e armas de guerra e a Boeing ao retirar benefícios, se prepara para receber todos os lucros multimilionários. A greve é um exemplo de como a classe trabalhadora deve defender suas condições de vida e que sejam os grandes capitalistas que paguem pela crise.

 
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