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Servidão moderna
338 pessoas são resgatadas em condições de trabalho análogas à escravidão em megaoperação
Redação

A face mais nua e crua do que o sistema capitalista pode mostrar: trabalhadores serem obrigados e forçados a trabalharem em situações análogas à época da servidão. Esse é o Brasil de Bolsonaro e da reforma trabalhista que impõe cada vez mais condições precárias e desumanas aos trabalhadores.

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Foto: Superintendência Regional do Ministério do Trabalho / Divulgação

A Procuradoria-Geral do Trabalho divulgou nesta quinta-feira (28/07) os resultados da segunda edição de uma operação que resgatou 338 trabalhadores em situação análoga à escravidão. A ação envolveu órgãos públicos e equipes de fiscalização que realizaram inspeções em 22 estados e no Distrito Federal.

No meio rural, serviços de colheita em geral, cultivo de café e criação de bovinos para corte concentraram a maior quantidade de trabalhadores explorados. Já no meio urbano, foram feitos resgates de 15 pessoas em uma clínica de reabilitação e de seis trabalhadoras domésticas.

Goiás e Minas Gerais foram os estados com mais pessoas resgatadas na operação conjunta deste mês. Entre as vítimas estavam cinco crianças e adolescentes e quatro estrangeiros de nacionalidade paraguaia e venezuelana.

Veja também: 1937 pessoas foram resgatadas em condições análogas a escravidão em 2021 no Brasil

Segundo o Ministério Público do Trabalho, ao menos 149 (47%) resgatados nesta segunda edição da Operação Resgate foram vítimas do tráfico de pessoas.

"Nós tivemos resgate inclusive de um venezuelano e de trabalhadores vindos de Manaus, que chegaram lá e foram alojados de forma precária, dentro de um galinheiro e bebendo água de riacho, com uma alimentação que às vezes se limitava a arroz e farinha. Inclusive, vários destes trabalhadores de Rondônia estavam contaminados com malária", relata um procurador que participou da operação.

Segundo a PGT, 1.125 pessoas já foram resgatadas em trabalho análogo à escravidão desde o início de 2022.

Esses casos de escravidão, lamentavelmente, são algo "comum" e "recorrente" no Brasil de Bolsonaro e em toda a história já que sempre foi governada por uma elite herdeira direta das oligarquias escravocratas. Em novembro de 2021 Bolsonaro, fiel defensor do agronegócio e dos grandes empresários, editou um decreto que dificulta a fiscalização das condições de trabalho no Brasil. Além disso, 84% dos trabalhadores resgatados de trabalho análogo à escravidão em 2022 são negros, mostrando exatamente como o caráter racista é parte do DNA da elite brasileira.

Esse caso também é consequência direta da reforma trabalhista aprovada por Temer e pelo regime do golpe institucional aberto em 2016. Somente a luta da classe trabalhadora de forma independente de qualquer variante burguesa, tomando ruas, locais de trabalho e de estudo pode derrotar esse ataque que precariza o trabalho chegando às condições mais desumanas, caminhando para questionar o conjunto do modelo de trabalho atual, que degrada, explora e humilha os trabalhadores.

 
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